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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Morreu o arqueólogo e investigador João Carlos Senna-Martínez aos 74 anos

 O investigador dedicado a vários projetos no interior do país morreu aos 74 anos no domingo. João Carlos Senna-Martínez "marcou diferentes gerações de estudantes dos diferentes ciclos de ensino".
O arqueólogo e investigador João Carlos Senna-Martínez, professor aposentado, mas ainda dedicado a vários projetos no interior do país, morreu no domingo de manhã, em Lisboa, aos 74 anos, indicou esta segunda-feira à agência Lusa fonte académica.

De acordo com um comunicado do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ), ao qual o investigador pertencia, João Carlos Senna-Martínez deixa uma extensa obra científica, tendo sido promotor de múltiplos projetos de investigação.

Recentemente desenvolvia trabalhos de campo entre as regiões de Macedo de Cavaleiros e Nelas, nos distritos de Bragança e Viseu, segundo a UNIARQ.

Era especialista em Pré-História geral, de África e de Portugal, sociedades da Idade do Bronze na Península Ibérica, património arqueológico e arqueologia de África, matérias sobre as quais lecionou no Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, desde 1979 até 2012.

Doutorado em Pré-História e Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1990), João Carlos Senna-Martínez era também licenciado em História pela Faculdade de Letras, na mesma universidade (1979), e bacharel em História pela Faculdade de Letras da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique (1975).

“Perdeu a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa um dos seus docentes de Arqueologia (História e Estudos Africanos) que marcou diferentes gerações de estudantes dos diferentes ciclos de ensino”, lamenta a instituição, no comunicado.

A investigação africana de Senna-Martínez incidiu na arqueologia de Moçambique, com trabalhos sobre as sociedades da fase final da Pré-História e Idade do Ferro, nas décadas de 1960 e 1970, “recentemente reatada, em distintos moldes e perspetiva, com os estudos das coleções do Instituto de Investigação Científica Tropical, presentemente à guarda do Museu de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa, bem como dos percursos biográficos dos seus investigadores”, refere.

Ainda na década de 1970, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde se licenciou, doutorou e prosseguiu a carreira académica, como monitor, assistente, professor auxiliar e professor associado, até à aposentação.

Em Portugal, a investigação de Senna-Martínez começou por incidir no megalitismo da Beira Interior, continuando trabalhos iniciados pelo também professor e investigador em arqueologia João de Castro Nunes (1921-2016).

“Sem nunca deixar de se ocupar do fenómeno megalítico, os seus interesses foram-se progressivamente alargando, passando a incluir os temas da metalurgia antiga, desde o Calcolítico ao período Orientalizante, sempre centrado nas regiões do interior do atual espaço português, sem deixar de lançar olhares para outras regiões, designadamente a Estremadura e o baixo Mondego, as naturais charneiras entre os mundos Mediterrâneo e Atlântico, refletidos no registo arqueológico do interior”, sublinha o Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.

Nos últimos anos, a sua atividade foi marcada pelo envolvimento em projetos interdisciplinares relacionados com a metalurgia antiga, desde o cobre e bronze ao ouro, e no estudo abrangente das chamadas “coleções coloniais”, além da dinamização da Secção de Arqueologia da Sociedade de Geografia de Lisboa,

Ao longo da sua carreira, Senna-Martínez promoveu também ligações entre a sociedade civil e associações culturais locais, levando as universidades a territórios do interior, nomeadamente através da Associação Terras Quentes – Associação de Defesa do Património Arqueológico do Concelho de Macedo de Cavaleiros.

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