Este projecto da câmara e do centro social e paroquial de Vila Flor é destinado a ocupar as férias dos mais pequenos, que têm, este ano, transporte gratuito a partir de qualquer localidade.
O final do ano lectivo é para muitos pais e encarregados de educação uma dor de cabeça. Com o encerramento das escolas, são vários os que não têm com quem deixar os filhos e, nesse caso, é preciso recorrer aos campos de férias e ATL's.
Ter a capacidade e disponibilidade de conjugar horários laborais com o ir deixar/buscar os filhos às ocupações nem sempre é fácil mas em Vila Flor não há agora qualquer complicação nesse sentido. As crianças que pretendam são recolhidas e deixadas em casa. E claro, não podiam estar mais contentes.
“Eu sentia-me um pouco sozinho em casa porque os meus pais iam sempre trabalhar e é melhor estar aqui, porque estou com colegas meus e com pessoas novas e estou sempre a brincar”, disse uma das crianças.
Consciente das impossibilidades, distância das aldeias à vila, ou falta de tempo que alguns pais têm para deixar os filhos nas actividades de tempos livres, o executivo de Vila Flor decidiu tomar medidas e, por isso, este ano criou umas férias totalmente inclusivas. A falta de transporte ou tempo/disponibilidade dos pais não é mais desculpa para não as frequentar.
“Mesmo que seja uma criança numa aldeia remota de Vila Flor, iremos buscá-la e inclui-la. Ao fazer delas a nossa prioridade, estamos a fazer a prioridade também a família, ou seja, é uma forma de discriminar positivamente também a interioridade”, frisou o presidente da câmara, Pedro Lima.
Estas actividades foram começadas pelo Centro Social e Paroquial São Bartolomeu de Vila Flor, em 2002. Segundo Emílio Almendra, um dos directores do centro, nos primeiros anos as férias eram destinadas apenas às crianças que frequentavam o ATL da instituição. Depois desenvolveu-se, com a câmara, uma iniciativa mais abrangente e aí chegou-se a toda a gente. As actividades passaram a ser opção para qualquer um que as quisesse integrar. Neste momento, o Verão F'Liz tem 114 crianças e Emílio Almendra explicou que o objectivo é para o ano cativar ainda mais crianças.
As crianças que frequentam estas actividades têm idades compreendidas entre os 6 os 17 anos. A supervisão é garantida não só por professores das actividades extracurriculares do município como por voluntários dali naturais. Ana Rui é uma das voluntárias e diz que não podia estar mais agradada com a experiência.
“Sempre gostei de estar com crianças e acho que é sempre uma oportunidade para eles aprenderem connosco e nós com eles”, disse.
As férias inclusivas começaram na semana passada. Têm a duração de cinco semanas.
As crianças são recolhidas por volta das 8h30 da manhã, sendo que "há vários cordões de transporte já que o concelho tem 26 aldeias". Ao final da tarde, as que assim o pretendam são levadas a casa. Sejam ou não necessitados do transporte, qualquer um dos inscritos pode dele usufruir.
Sem comentários:
Enviar um comentário