A empresa faz a recolha e tratamento de resíduos de todo o distrito e ainda do concelho de Foz Côa. Paulo Praça, director da Resíduos do Nordeste diz que é preciso criar soluções para que o aterro seja apenas utilizado em casos mais extremos.
“Vamos fazer uma nova célula de aterro sanitário com capacidade para mais cinco anos, mas esse não é naturalmente o futuro, nós temos que encontrar soluções em que o aterro passe a ser residual. Temos que ter a noção que o país tem os aterros dia após dia a esgotar a sua capacidade e temos que atempadamente planear esse aumento”, disse.
Além disso, a taxa sobre gestão de resíduos tem vindo a aumentar, porque os resíduos depositados em aterros também aumentaram. Este aumento custa mais 3 euros por tonelada. Quer isto dizer que também está a custar mais à população. E a verba nem está a ser usada pelo Governo para criar soluções alternativas.
“A taxa de gestão de resíduos implementada desde 2015 não tem revertido uma determinada parte, que é o que está previsto em lei, para projecto para financiar o sector. Apenas o ano passado 17 milhões voltaram a ser aplicados no sector. Nós pagamos 600 mil euros de taxa, se não tivéssemos um sistema com alguma eficiência que já reduz em 50% os resíduos que vão para aterro, estaríamos a falar de 1,2 milhões de euros de taxa, isto é um número muito expressivo que tem que ser suportado pela Resíduos do Nordeste, municípios e cidadãos que vivem neste território”, frisou.
Preocupações transmitidas esta segunda-feira à Comissão de Ambiente e Energia da Assembleia da República, com deputados do PS e PSD a virem ao Parque Ambiental da Resíduos do Nordeste, situado em Mirandela. O líder Tiago Brandão Rodrigues diz que é importante perceber como as coisas acontecem no terreno.
“Vimos conhecer o trabalho aqui desenvolvido, entender quais são as questões que possam ter estas empresas. Vimos ouvi-los, uma vez que também são ouvidos tantas vezes nas audiências que acontecem na comissão parlamentar, mas é importante os deputados da Assembleia da República poderem vir aqui e entender como é que existe todo o trabalho de gestão de resíduos, quais são os problemas que Portugal enfrenta, quais são as oportunidades dos resíduos”, disse.
A Dourogás e Sonorgás aproveitaram a vinda da comissão ambiental para apresentar um projecto pioneiro de gases renováveis. Estão agora em processos de licenciamento e de ensaios dentro da Resíduos do Nordeste. Preveem que em Março chegue às casas dos transmontanos, explica Nuno Moreira, delegado da Sonorgás.
“Estava previsto para Fevereiro, mas com certeza em Março já estará a chegar à casa das pessoas, que não vão dar conta de nada, porque é exactamente o mesmo gás, que é totalmente intermutável, ele pode ser substituído em 100%, por isso se chama Biometano, que é quando o Biogás tem as características exactamente iguais às do gás natural. Não tem nenhum aumento na factura, poderão no futuro e quando certificado poder vir a reduzir o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos”, explicou.
A Comissão de Ambiente e Energia visitou ainda a Unidade de Produção de Biometano e Estação de Injecção e Medida de Biometano da Resíduos do Nordeste.
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