Um dos grandes precursores da República portuguesa era natural de Izeda, no concelho de Bragança. Augusto Manuel Alves da Veiga foi advogado e jornalista e lutou para que a monarquia caísse. Para assinalar o centenário da sua morte, foi homenageado na sua terra Natal, numa iniciativa da Associação Nordeste Global.
A investigadora Sónia Rebocho destacou a influência que o transmontano teve para a história de Portugal. “Ele tem um percurso de vida que é importante para a nossa história nacional porque é a primeira pessoa que irá liderar a primeira tentativa de rebelar a monarquia no país e instalar a República Portuguesa. E depois, mesmo no exílio de 19 anos que ele tem, ele irá contribuir de forma decisiva para que o movimento republicano português se mantenha, para estabelecer ligações lá fora, para preparar o apoio, ou pelo menos, a imparcialidade das nações face à mudança de regime”.
A república foi implementada em Portugal a 5 de Outubro de 1910. Anos antes, o povo de Bragança manifestou-se contra a monarquia e Alves da Veiga foi a inspiração, adiantou o antigo professor do IPB, Vítor Alves. “Um conjunto de movimentações populares de contestação ao regime monárquico, inspiradas por figuras como o Alves da Veiga e outros, Trindade Coelho, Guerra Junqueiro, entre outros, que foram inspirando movimentações de diversa natureza e que tiveram como consequência a contestação, de forma às vezes violenta, do regime monárquico”.
Alves da Veiga morreu a 2 de Dezembro de 1924, ou seja, há 100 anos. A Associação Nordeste Global, que visa promover o desenvolvimento cultural e social da região, decidiu assinalar esta data, disse o presidente Vasco Cadavez. “O que nós pretendemos é evocar a memória de transmontanos que tiveram importância para o desenvolvimento do país e que tiveram intervenções em áreas importantes como a política, cultura e o desenvolvimento social do país. E o Alves da Veiga esteve envolvido em várias actividades que merecem uma homenagem, devido ao trabalho desenvolvido”.
A homenagem aconteceu, este domingo, na vila de Izeda, onde foi ainda descerrada uma placa evocativa, no jardim já apelidado Alves da Veiga.
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