As associações de agricultores e os autarcas querem que a agricultura continue a ser gerida a partir da região. A gestão, nomeadamente da antiga Direção Regional de Agricultura e Pescas, sediada em Mirandela, foi atribuída a Paulo Ramalho, vereador do município da Maia. Luís Vila Real, presidente da AFUVOPA- Associação de Fruticultores, Olivicultores e Viticultores do Planalto de Ansiães- admite que gostaria que tivesse sido escolhido alguém do Interior.
“Teríamos interesse que fosse uma pessoa mais ligada aqui ao interior, porque tinha um conhecimento mais direto da realidade e das especificidades da agricultura do interior e das enormes dificuldades que estamos, neste momento, a atravessar no setor. Porque, de facto, são enormes. Infelizmente, nestes últimos anos, o setor tem sido esquecido pelas entidades responsáveis. Portanto, estamos um bocado na expetativa para ver o que é que realmente se vai passar. É um novo formato ligado à CCDR, não sabemos ainda bem como é que vai funcionar, mas aguardamos para ver”, referiu.
Também Francisco Pavão, presidente da APPITAD - Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro - defende que Paulo Ramalho deve estar perto dos agricultores e das suas organizações, acreditando que será dada uma nova dinâmica ao setor.
Para a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes a solução nunca passará por sediar o setor no Porto e, por isso, está “expectante” quanto ao trabalho que vai ser desenvolvido. O presidente da CIM, Pedro Lima, quer acreditar que a gestão da agricultura continuará a ser feita a partir de Mirandela.
“Eu acredito que os acordos são para respeitar e que Mirandela deverá manter a coordenação da agricultura, como tem vindo a manter ao longo de tantos anos, num sinal de uma verdadeira descentralização e não uma centralização, seja onde for, no território nacional”, vincou Pedro Lima.
A CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) preferiu não comentar a nomeação, dizendo apenas que está com “expectativa” e que o assunto será abordado nos próximos Conselhos Regionais.
Paulo ramalho foi nomeado vice-presidente da CCDR, depois da DRAP Norte ter sido integrada na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, pelo Governo de António Costa.
Ainda não se sabe se Paulo Ramalho vai fazer a gestão da agricultura a partir de Mirandela ou a partir do Porto, uma vez que reside na Maia.
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