O jovem mirandês Pedro Velho foi distinguido mundialmente pela revista americana “Journal of Chemical & Engineering Data”, com o prémio “início de carreira”. Os trabalhos que tem desenvolvido no campo dos antioxidantes e dos biorresíduos, enquanto estudante de doutoramento da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, valeram-lhe a distinção.
“O aproveitamento de biomoléculas, como antioxidantes e vitaminas, em bioresíduos, que depois podem ser aplicados, por exemplo, em cremes ou em outros produtos, como suplementos vitamínicos, de forma a diminuir o impacto que tem quando nós criamos estes produtos e valorizando o resíduo, contribui para uma economia mais circular. Eu preciso de estudar esses solventes, perceber os sistemas, caracterizar a parte química e física e sintetizá-los”, explicou
O jovem, de 27 anos, admite que ficou feliz pela distinção, uma vez que trouxe reconhecimento à investigação que está a desenvolver. Para Pedro Velho “é bom" ver que um trabalho dele é "reconhecido lá fora pelo "pares" e por pessoas que não conhece de "lado nenhum", para além de ver que o seu esforço foi reconhecido. "E mais do que isso, também mostra que conseguimos fazer boa investigação em Portugal”, acrescentou.
Pedro Velho está agora na Dinamarca, onde ficará três meses a fazer investigação. Espera concluir o doutoramento até ao final deste ano. Depois disso, pretende juntar-se à lista de jovens que sai do país em busca de melhores oportunidades, tendo em conta os baixos salários em Portugal.
“Um jovem que tenha um curso superior, ainda para mais com um nível de doutoramento, é ainda mais difícil sermos fixados, porque na carreira da academia nós nunca conseguimos uma posição fixa porque vamos andando de bolsas em bolsas e não nos permite comprar a casa, não nos permite comprar nada, basicamente. Somos trabalhadores precários e claro que isso é complicado, sem dúvida. A situação portuguesa é difícil, é sem dúvida difícil. Então a imigração é aqui uma solução. Infelizmente, vejo isso com a maior das probabilidades. Não a maior dos desejos, mas a maior das probabilidades”, rematou.
Além da distinção, Pedro Velho vai receber ainda cerca de dois mil euros, uma placa comemorativa e terá a oportunidade de discursar para toda a sociedade americana de Química.
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