Num diploma publicado em Diário da República, datado de 12 de dezembro e assinado pelo presidente do instituto, João Soalheiro, dá-se conta de que se iniciou o processo de consulta pública sobre a inscrição das “Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Segundo o mesmo documento, o prazo para a decisão sobre a inscrição daquela prática é de 120 dias.
O município de Miranda do Douro submeteu em 10 de julho de 2023 a candidatura das danças dos pauliteiros a Património Cultural Imaterial, considerando “um momento histórico para a cultura mirandesa”, que, a confirmar-se, poderá abrir a porta à candidatura à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Os Pauliteiros de Miranda “não são um grupo originário e exclusivo da cidade de Miranda, mas são grupos das várias localidades do concelho de Miranda Do Douro , pode ler-se no ‘site’ da autarquia.
Assim, são grupos normalmente constituídos por oito rapazes e três músicos, por regra homens, apesar de já existirem conjuntos de pauliteiras, acrescenta o mesmo texto.
No ‘site’ da Câmara Municipal de Miranda do Douro, pode ler-se ainda que “a origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os estudiosos que sobre ela se debruçaram”, apontando o seu nascimento para “a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa”.
“Alguns autores, tal como o Abade de Baçal, defendem que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira por excelência dos Gregos. Este vê poucas diferenças entre esta dança e a dança dos Pauliteiros tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e a utilização da flauta pastoril. Mas a dança dos paulitos manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos Suíços na idade média. Os romanos seriam os responsáveis pela propagação da dança pírrica a esta região”, refere o mesmo texto.
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