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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Com malas cheias de memórias, os emigrantes voltam a dar vida e alma às aldeias

 Com pouco mais de 380 habitantes durante grande parte do ano, a aldeia de Carção transforma-se no verão com o regresso dos emigrantes às origens.


Durante os meses de julho e agosto, muitas aldeias, habitualmente tranquilas e com pouca gente, voltam a ganhar vida e dinamismo.

A aldeia de Carção, em Vimioso, é um exemplo claro dessa mudança. Com pouco mais de 380 habitantes durante grande parte do ano, transforma-se no verão. As ruas enchem-se de carros, gargalhadas e boa disposição. As casas, fechadas há meses, voltam a abrir-se. A aldeia, aos poucos, recupera a energia que foi desaparecendo com o passar dos anos.

Maria Isabelle Rodrigues Do Vale, rumou, há 26 anos, para França, onde ainda hoje está emigrada. Carção é, para ela, o regresso às raízes. Uma tradição que faz questão de incutir nos filhos. “Carção traz recordações, momentos especiais com os nossos, as festas, junta-se a família e reencontramo-nos com as pessoas da infância. Virei sempre, nem que seja só para a semana da festa da Senhora das Graças. Nunca conseguiria passar um ano sem viver esta festa. Os meus dois filhos não só não gostam de sair de Carção, como adoram esta aldeia. Tenho a certeza de que um dia vão querer fazer aqui casa, como eu fiz, mesmo estando emigrada.”, disse.

Carmen Do Vale é outra das emigrantes que, todos os verões, faz questão de rumar à pequena aldeia. É em Carção que reencontra a família e a infância. “Gostamos de vir a Carção porque são as nossas tradições, ver os nossos familiares, que não vemos há um ano, respirar ar novo. Gostamos muito da natureza”.

À semelhança de Maria Isabelle, é um orgulho ver os filhos criarem memórias na aldeia que a viu crescer: Para ela, ver os filhos a criarem memórias em Carção é motivo de orgulho. “Gostam muito de cá vir. lá em Madrid estão sempre na escola, a estudar. Aqui estão sempre na rua, com os amigos, nas festas, divertem-se. Eles gostam muito da tradição e eu gosto que eles gostem de vir cá e viver o que nós vivemos quando éramos pequenos.”, rematou.

Para os mais novos, o verão em Carção já faz parte do calendário. É o caso dos irmãos Hugo e Ruben Cidre, que passam parte das férias na aldeia.

Além da boa disposição, das festas e dos reencontros familiares, o regresso dos emigrantes traz também um novo fôlego à economia local. Para os comerciantes, a chegada de mais gente traduz-se, inevitavelmente, em mais trabalho, mas também em mais receita.  Teresa Rodrigues é dona do ‘Café Europa’, para ela, além do dinamismo, o mês de agosto é também sinónimo de casa cheia. “É mais negócio, mais trabalho mas que acaba por compensar. É também mais movimento, mais convívio. Trabalha-se mais, sim, porque nos outros meses é uma época mais parada”, explicou.

As festividades, como as romarias em honra de São Roque, de Nossa Senhora das Graças ou a tradicional Festa Cigana, são o ponto alto dessa ligação entre fé, convívio e memória coletiva. Em Carção, como em tantas outras aldeias do interior, o verão é mais do que calor e férias. É, sobretudo, tempo de regressos que enchem ruas, cafés e casas. Mas que, acima de tudo, enchem corações.

Escrito por Brigantia

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