A década de 1970 foi marcada por profundas transformações sociais, culturais e políticas e foi a juventude quem mais sentiu, viveu e expressou essa mudança. Era uma geração que herdava o espírito revolucionário dos anos 60 e o transformava num estilo próprio, com liberdade como palavra de ordem. Era o tempo dos cabelos compridos, das calças à boca-de-sino, das guitarras elétricas e das ideias fora da caixa.
O cabelo comprido, tanto em rapazes como em raparigas, tornou-se símbolo de rebeldia e do não conformismo. Era uma afronta direta aos padrões conservadores, uma forma silenciosa (ou não assim tão silenciosa) de protesto contra a rigidez das gerações anteriores. O estilo era despreocupado, com franjas, ondulações naturais e um toque de desleixo intencional.
As roupas seguiam essa mesma filosofia. As calças à boca-de-sino, justas até ao joelho e depois abertas, dominavam o guarda-roupa juvenil, muitas vezes combinadas com camisas floridas, coletes de ganga ou camisolas de gola alta. Os tecidos coloridos e estampados psicadélicos refletiam o desejo de romper com a monotonia. O salto alto, nos rapazes e nas raparigas e, as botas, completavam o visual num misto de ousadia e irreverência.
A música era o coração da juventude dos anos 70. Rock, funk, soul, disco e o nascimento do punk deram ritmo ao espírito inquieto da época. Festivais como o de Woodstock (ainda no final dos anos 60) tinham deixado uma “herança”, a ideia de que a música podia ser uma forma de união, protesto e celebração. Bandas como Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, Queen e artistas como David Bowie e Janis Joplin eram ídolos, eram vozes da geração.
A juventude dos anos 70 queria dançar de uma maneira diferente, queria viver de uma maneira diferente. O movimento hippie ainda influenciava fortemente os comportamentos eram vistos por muitos como formas de expandir a consciência e libertar-se das estruturas tradicionais. A palavra “sistema” era quase sempre dita com desconfiança.
A juventude dos anos 70 foi um estado de espírito. Rebelde, criativa e questionadora, reinventou o conceito de liberdade individual e deixou marcas profundas na moda, na música e na cultura que ainda hoje sentimos. Foi uma década de cabelos ao vento, calças largas e mentes abertas.

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