Um e-mail, que em meia dúzia de linhas me fez despertar e arreganhar os dentes e… deu-me vontade de escrever um bocadinho.
Não é daqueles e-mails que vos envio, com todo o cuidado em apagar os endereços todos para não ser mais um a ajudar à proliferação dos spams e dos vírus. Não, não era desses.
Era um dos outros. Era um daqueles em que lemos o que o do outro lado esteve a escrever.
Apetecia-me agora perguntar aos donos do mundo se têm a noção do MAL que estão a fazer ao PROIBIR, o acesso ao trabalho aos nossos jovens. Apetecia-me agora perguntar a todos nós e, eu a olhar para o espelho, se temos a noção do MAL que estamos a fazer ao permitirmos que pessoas com CANCRO e outras doenças fatais sejam obrigadas a deslocar-se para o local de trabalho de rastos, sem motivação, sem nadaaaa poderem dar no local de trabalho. Apetecia-me perguntar porque razão se continuam a abrir cursos que, se sabe de antemão, não proporcionarem mercado de trabalho. Apetecia-me perguntar porque razão é mais importante na nossa sociedade uma família cigana com metade dos elementos jovens e cheios de força e braços para trabalharem, do que os outros que, tiraram um curso qualquer, sabe Deus, com que esforço dos Pais e estão condenados ao desemprego e aos vícios.
Que sociedade estamos a ajudar a criar e desenvolver?
O e-mail, fez-me reflectir, mais uma vez, na merda da espécie que somos. Uma ínfima e triste espécie.
Mas somos isto mesmo e todos sabemos.
E então que fazer? Caminhar. Relativizar as pequenas coisas às quais não deveriamos dar importância nenhuma, ou quase nenhuma, e deixarmos um rasto onde os que cá ficassem nos pudessem rever. Um rasto indelével nas nossas pisadas, com erros, falhas e méritos, com asneiras e arrependimentos mas, acima de tudo que, os que ficarem depois de nós possam dizer que andámos por cá a fazer alguma coisa...de bom…ou de mau, já duvido dos objectivos.
E cá estaremos para o que der e vier até nos deixarem...ou nós quisermos.
HM
E é precisamente por sermos "uma ínfima e triste espécie" que urge dar o devido valor às grandes pessoas que vamos conhecendo ao longo desta nossa caminhada, sem nos preocuparmos em demasia com o que os outros pensam ou não, daquilo que nos apraz dizer sobre as mesmas.
ResponderEliminarE tu, meu caro amigo, pelo pouco que pude apreciar em meia dúzia de conversas virtuais, és uma delas.
Este teu espaço em nada me surpreende, esperava encontrar algo de nível excelente, e não estou desiludido.
Seja o cântico negro (o meu poema favorito, de todos os escritos na língua de Camões), ou "o fim" (outro dos meus favoritos, extraordinariamente declamado/musicado, na voz de Olavo Bilac, no tempo dos saudosos Resistência), as causas ambientais, de defesa dos animais, tudo coincide com a pessoa que demonstras ser na nossa mui amada comunidade suequeira online.
E fazem falta pessoas que divulguem, com esta qualidade, a nossa região, tão precisada de gente capaz de a tirar deste crise tão profunda que atravessa. Esperança, procura-se.
Um grande abraço.
[iniciadoPt]
Como é óbvio, não esperas que eu comente o teu escrito, da maneira como o escreveste...
ResponderEliminarBem-vindo.
Grande abraço companheiro!
Concordo, subscrevo e mais ainda... excelente AMIGO e um HOMEM EXTRAORDINÁRIO.
ResponderEliminarChego tarde mas chego, conforme me disseram ha bem pouco tempo mais vale tarde que nunca e como tal, agora devo manter-me por estes lados.
Beijos a todos
Pat
Bem-vinda a este espaço, Pat e, grato pelas palavras.
ResponderEliminarVenha daí a tua colaboração.
Beijo.