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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 2 de abril de 2011

Surpresa

O Carlos, advogado, 45 anos, bonacheirão, adorava feijoada.

Porém, sempre que a comia, o feijão causava-lhe uma reacção fortemente embaraçosa.

A sua saliente barriga inflava ainda mais, e os gases…

Um dia apaixonou-se. Quando chegou a altura de pedir a mulher em casamento, pensou:

«Ela é de boa família, cheia de etiqueta, uma verdadeira dama,

não vai aguentar estar casada comigo se eu continuar assim…»

Decidiu fazer um sacrifício supremo e deixou de comer feijoadas.

Pouco depois, estavam casados.

Passados alguns meses, ao voltar do trabalho, o carro avariou.

Como estava longe, ligou à mulher e avisou-a que ia chegar tarde, pois tinha de regressar a pé.

No caminho, passou por um pequeno restaurante e foi atingido pelo irresistível aroma de feijoada acabada de fazer.

Como faltava muito para chegar, achou que a caminhada iria livrá-lo dos efeitos nefastos do feijão.

Entrou, pediu, fez a sua pirâmide no prato. Ao sair, tinha 3 doses de feijoada no estômago.

O feijão fez efeito e, durante todo o caminho, foi a peidar-se sem parar.

Foi para casa literalmente a jacto.

Peidava tanto que tinha de travar nas descidas, e nas subidas quase não fazia esforço a andar.

Quando se cruzava com pessoas continha-se, e aproveitava a oportuna passagem de um ruidoso camião para soltar os gases.

Quando chegou a casa, já se sentia mais seguro.

A mulher parecia contente quando lhe abriu a porta e exclamou:

- «Querido, tenho uma surpresa para o jantar!»

Tirou-lhe o casaco, pôs-lhe uma venda nos olhos, levou-o até à cadeira na cabeceira da mesa, sentou-o e pediu-lhe que não espreitasse.

Já sentia mais uma ventosidade anal à porta, mas controlou-se.

No momento em que a mulher ia retirar a venda, o telefone tocou.

Ela obrigou-o a prometer que não espreitaria e foi atender o telefone. Era uma amiga…

Enquanto ela estava longe, o Carlos aproveitou, levantou uma perna e «ppuueett», soltou um.

Era um peido comum. Para além de sonoro, também fedeu a ovo podre.

A plenos pulmões, soprou várias vezes, a toda a volta, para dispersar o cheiro.

Quando começou a sentir-se melhor, surgiu outro. Este parecia potente.

Levantou a perna, tentou sincronizar uma sonora tosse para encobrir e «pprrraaaaaaaa».

Saiu um rasgador tossido.

Parecia a ignição de um motor de camião, e com um cheiro mil vezes pior que o anterior.

Para não sufocar com o cheiro a enxofre, abanou o ar com as mãos e soprou em volta,  à espera que o cheiro dissipasse.

Quando a atmosfera estava a voltar ao normal, eis que vem lá outro.

Levantou as pernas e deixou sair o torpedo.

Este foi o campeão, as janelas tremeram, os pratos saltaram na mesa, a cadeira saltou e, num minuto, as flores da sala murcharam.

Enquanto ouvia a conversa da mulher ao telefone, permanecia fiel à sua promessa de não espreitar e continuou assim por mais um tanto, a peidar-se e a tossir, a levantar ora uma perna ora a outra, a soprar em volta, a sacudir as mãos e a abanar o guardanapo.

Acendeu o isqueiro e desenhou com a chama círculos no ar, a tentar queimar o nefasto metano, que teimava em acumular-se na atmosfera.

Ouviu a mulher despedir-se da amiga.

Sempre com a venda posta, levantou-se apressadamente e, com uma mão, deu umas palmadas na almofada da cadeira para soltar o gás acumulado, enquanto a outra mão abanava para dispersar o cheiro.

Sacudiu e deu palmadas nas calças para libertar-se dos últimos resíduos.

Ouviu o «plim» do telefone a desligar.

Alarmado, sentou-se rapidamente, compôs-se, ajeitou o cabelo, respirou profundamente, pousou as mãos ao lado do prato e assumiu um ar sorridente.

Era a imagem da inocência quando a mulher entrou na sala.

Desculpando-se pela demora, ela perguntou-lhe se havia espreitado à mesa.

Depois de ele jurar que não, ela retirou-lhe a venda, e… SURPRESAAAAAA!!!

Estavam 12 pessoas, perplexas, pálidas e constrangidas, sentadas à mesa: os pais, os sogros, os irmãos e os colegas de tantos anos de trabalho.

Era a festa surpresa do seu aniversário…

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