Zulmira dos Anjos Afonso é natural de Comunhas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e completou este mês 102 anos de vida.
Mais de um século com muitas histórias para contar.
Com uma lucidez invulgar para a idade, apenas se queixa dos ossos, que já não toleram o frio. É independente nas suas tarefas diárias mas é auxiliada pelos filhos. Passa os dias de Inverno sentada no escano à lareira a olhar para as chamas a arder e recordar os tempos em que saía todos os dias para o campo.
“Que remédio tinha se não fazer a vida do campo e também a de casa, mas eu gostava de fazer tudo aquilo que eu soubesse fazer”, conta Zulmira Afonso, acrescentando que na altura não havia escolha de vida, nem de profissão. “Nunca fui aprender a costura porque nunca me mandaram, mas se me mandassem, eu ia aprender a costura e fazia por aprender, mas como não se podia fazer tudo, nem havia meios para nos mandarem aprender costura. Fazíamos o nosso trabalhinho de casa, semeávamos batatinhas para termos que comer, semeava-se pão. Eu gostava de espalhar o adubo que não me custava nada também”, conta com alguma saudade.
(Reportagem na íntegra na edição impressa/pdf e no programa Terra Batida, que a rádio Brigantia emite à 5ª feira, a partir das 17:00 horas)
in:jornalnordeste.com
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(Henrique Martins)
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