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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Bragança // “CETs podem ser uma lufada de ar fresco”, diz o diretor da EPPU

Luís Pires foi um dos pioneiros em Portugal com o Ensino Profissional. Criou em Bragança a Escola Profissional Prática Universal há 25 anos.  
Começou numa casa na Estacada, em outubro de 1989. Apesar de o presente ser cinzento, acredita num futuro risonho.
Mensageiro de Bragança: Como surgiu a EPPU, pioneira no ensino profissional na região?
Luís Pires: Na altura já existia a Escola Prática Universal, que teve um papel preponderante na região, com cursos como Dactilografia, Contabilidade ou Desenho da Construção Civil. Entretanto, vi uma notícia no jornal em que o professor Joaquim Azevedo apelava à sociedade civil para, quem tivesse alguma experiência, dirigirem a um gabinete, no Porto, para conversar. Assim fiz. Falei com ele e com o professor Matias Alves. Elaborou-se o processo, que foi aprovado, e a escola abriu. Foi inaugurada pelo Secretário de Estado Dora e Cunha. Iniciámos com poucos alunos, com os cursos de Contabilidade e Desenho de Construção Civil (oito em cada). Correu bem, chegaram ao fim meia dúzia deles. O segundo ano já correu melhor e, no terceiro, já tivemos de adaptar a escola a outro tipo de estruturas, devido à procura. A decisão era crescer ou morrer. Encontrámos estas instalações e em maio de 1992 mudámos para aqui, com a esperança de aqui ficar uns cinco anos, oito no máximo, e ir para outras instalações. Mas a conjuntura alterou-se e chegámos a um ponto em que a procura excedia muito a nossa oferta. Tivemos de fazer obras. Entretanto, em 2004 surgiu a oportunidade de, num grupo de escolas em que nos incluíamos, avançámos para o nível 4 de qualificação. Queríamos harmonizar as habilitações com Espanha, o que não acontece com licenciaturas. Meia dúzia de escolas desenhámos o currículo dos CETs (Cursos de Especialização Tecnológica), que fomos pioneiros a lançar, mesmo em todo o país.
Apresentámos o plano de estudos de Condução de Obra, que foi aprovado e ainda existe.

MB.: Foram uma aposta ganha?
LP.: Sim, caíram muito bem aqui na escola. Tivemos um aluno que até ganhou um concurso para a Câmara do Porto, que tinha o nível 3, entrou e ensinou os colegas a trabalhar e tem sido promovido desde então. E tivemos outros casos de sucesso. Demos três ciclos de formação e foi uma pena a forma como decidiram retirar-nos esses cursos, transitando para o ensino superior. Nem um telefonema, nem um fax nem um mail. Foi mesmo uma pena. Mandei duas turmas completas para o Politécnico, com 22 alunos cada.
Eles já estavam a identificar os CETs como quarto ano. Os primeiros que entraram, em condução de obra, têm estado a combater o mercado. Acarinhavam o curso. Se não tivessem acabado, talvez a escola tivesse arranjado outras alternativas que estavam a ser pensadas.

MB.: Em Rebordãos?
LP.: Sim, pensámos mudar para lá e criar condições, como uma residencial e haver mesmo um cruzamento de gerações, começando nos mais novos até à terceira idade.

MB.: A falta de crianças na região tem afetado a escola?
LP.: Está a ser um flagelo. Estamos com uma baixa taxa de natalidade, que se vem sentindo desde 2004. Atingiu-nos quase mortalmente há cinco, seis anos. A taxa de natalidade é quase fatal. Encontramo-nos numa situação de decréscimo de alunos. Associado a isso deu-se a crise económica, que rebentou em 2007. Por outro lado, tínhamos alunos de Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe que, no entanto, deixaram de ser apoiados. Como não têm direito aos apoios sociais que os alunos de cá têm e é incomportável para eles. Era uma das fontes de alunos.
Por outro lado, a baixa taxa de natalidade aliada à emigração, abalou um pouco a cidade. No ano passado, por exemplo, perdemos dezenas de alunos devido à emigração. É uma crise que ainda vai continuar e que nos marcou.

MB.: Esperam-se alterações a breve prazo na formação profissional?
LP.: Ainda não tenho nenhuma novidade mas houve recentemente uma reunião na ANQEP sobre os Cursos de Especialização Tecnológica. Se a legislação não for alterada, o Ensino Superior não volta a dar estes cursos. Há aqui uma esperança. Os que entraram já podem finalizar mas a partir de 2016 não entra mais ninguém. Vão dar outro tipo de formação, de dois anos, mas não devo falar sobre isso.

in:mdb.pt

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