No fim-de-semana de 24 a 26 de Outubro, regressa a Rural Castanha, a festa/feira organizada há nove anos pela autarquia local e outras organizações do concelho transmontano, que já ganhou um lugar no livro dos recordes com o maior assador do mundo, e começa a ombrear com os mais de 30 anos da Feira do Fumeiro em termos de visitantes, como revelou hoje Luís Fernandes, vice-presidente da Câmara de Vinhais.
Os enchidos são o produto mais emblemático deste município do Parque Natural de Montesinho, mas a castanha é a que tem o maior peso económico com quase metade da produção nacional concentrada nesta zona da Trás-os-Montes, onde atualmente vale 15 milhões de euros apenas na venda direta do fruto, mas com um potencial que pode ascender a 26 milhões, graças a novas plantações, de acordo com dados do município.
A Festa da Castanha contará com uma centena de expositores e é apenas um mostra da importância deste produto que mexe com toda a economia local e, aparentemente, até nos indicares da saúde.
«Ainda hoje fui ao centro de saúde e dizia-me o director que, nesta altura, está praticamente vazio, porque todas as pessoas andam a apanhar castanha, ninguém adoece», brincou o autarca.
Segundo disse, há famílias que «fazem, num mês, 50 mil euros», e há novas empresas de comercialização e transformação a surgirem no concelho e jovens agricultores a instalarem-se.
A campanha deste ano está no início e promete «correr bem», até porque o ano chuvoso «trouxe benefício ao nível do calibre».
«Visitantes, é o que não tem faltado», como garantiu a directora da feira, Carla Alves, que adiantou haver já restaurantes com reservas de excursões e que «todos os alojamentos estão completamente esgotados».
«É uma feira não só de Vinhais, é ótima também para Bragança e outros concelhos que são aqui vizinhos e que com isto também conseguem captar gente», afirmou.
Esta dinâmica é apontada como a mais-valia deste evento numa zona onde os produtores não têm qualquer dificuldade em escoar a castanha, que «é vendida quase nos soutos», como frisou Carla Alves.
Ainda assim, o número de expositores aumentou de 70 para 100 e, além da castanha, estão disponíveis outros produtos da terra, culinária ao vivo, passeios de bicicleta ou a pé pela rota dos castanheiros, entre outras actividades e animação.
O evento reserva todo o dia de sábado para as jornadas técnicas que vão debater questões actuais do sector, como a ameaça da vespa das galhas do castanheiro.
“Quentes e boas” vai continuar a oferecer o maior assador do mundo, que assa de uma assentada uma tonelada, embora este ano de forma mais contida, mas com a garantia de que todos terão direito a uma mão cheia de castanhas «à borla».
Lusa
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