sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Média de idades dos médicos da região “é preocupante”

O presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos está preocupado com a média de idades dos médicos de clínica geral do nordeste transmontano, que se situa nos 55 anos.
Marcelino Marques da Silva afirma que, se esta tendência não for revertida, pode-se chegar a uma situação catastrófica quando estes médicos se reformarem. “No interior, há algumas faltas mas o problema é a idade dos médicos de clínica geral do nordeste, cuja média é de 55 anos e, se não forem tomadas medidas a breve prazo, dentro de 5 a 7 anos vai haver uma catástrofe. 
De um momento para o outro, vão-se reformar praticamente todos os médicos de família da primeira geração”, considera o responsável. 
O médico, que integra também o Conselho de Administração da ULS Nordeste, não tem dúvidas que para fixar os jovens médicos à região é necessário aumentar os salários destes profissionais de saúde. “Muitos dos nossos internos querem ficar e são solicitados, de imediato para irem para o litoral. Se houver discriminação positiva, se houver possibilidades e medidas que tornem a carreira atractiva no interior, as pessoas também virão. Dou o exemplo de países que têm falta de médicos como Angola, Arábia Saudita, Alemanha… e pagam mais para ter esses profissionais. 
O interior tem que pagar mais aos profissionais para estarem aqui, porque as condições são adversas”, frisa o médico. Nesta altura estão 25 internos de medicina geral e familiar nas unidades hospitalares da Unidade Local de Saúde do Nordeste, que em breve estarão aptos para exercer a profissão. Marcelino Marques da Silva considera que, caso ficassem na região, estes jovens “seriam uma grande ajuda para colmatar a falta de médicos desta especialidade”. 

Por outro lado, Ponciano Oliveira, do Conselho Directivo da ARS Norte, acredita que brevemente o nordeste transmontano terá os médicos que necessita. E sublinha que já existem incentivos para os profissionais que trabalham no interior, sobretudo nas Unidades de Saúde Familiar. “Os incentivos existem até mesmo pela forma de organização dos cuidados primários, hoje em dia, que tem vindo a ser implementada desde 2008. Nós temos mais de metade da população cobertas por Unidades de Saúde Familiar, muitas delas têm incentivos associados e é isso que atrai os profissionais para os cuidados primários e existem também incentivos à formação”, frisa Ponciano Oliveira. Declarações à margem do 21º Encontro do Internato de Medicina Geral e Familiar do Norte que começou ontem e decorre até ao final da tarde, no Teatro Municipal de Bragança.

Rádio Brigantia

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