sexta-feira, 17 de abril de 2015

Hernâni Dias diz que modelo de nova ligação aérea não é o que era esperado

O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, afirmou hoje que a nova carreira aérea em concurso público não é a que desejaria por ter muitas paragens e tornar a ligação a Lisboa mais demorada e cara.
O autarca social-democrata mostrou-se satisfeito por, mais de dois anos depois da suspensão dos voos, o Governo ter finalmente avançado com a abertura do concurso público para apresentação de propostas, até 27 de maio, de empresas interessadas em operar, por um período de três anos, a ligação aérea Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão.

O percurso não é aquele que Bragança desejaria, na opinião do autarca, que gostava que "não tivesse tantas paragens, que pudesse ser a ligação que estava inicialmente pensada e que em vez de (o avião) ir parar em Tires, fosse para onde estava a ir inicialmente", o aeroporto da Portela.

"Voltando ao provérbio que diz que vale mais tarde do que nunca, é evidente que ficamos satisfeitos com o facto de haver a ligação aérea e sabemos que ela é importante e representa algo de extremamente importante para o desenvolvimento da nossa terra e da nossa região, mas gostaríamos que essa ligação fosse feita noutros termos", sublinhou.

O autarca ainda não tem dados sobre quanto tempo irá demorar a viagem, mas seguramente demorará mais do que a hora e meia que o avião fazia anteriormente entre Bragança e Lisboa, com escala em Vila Real.

Para o autarca de Bragança, "só o facto de o avião aterrar em Tires e não na Portela, é menos benéfico para quem pretenda fazer a viagem a Lisboa".

Hernâni Dias desconhece se a empresa que vier a operar assegurará a ligação de Tires, em Cascais, até Lisboa.

Entende que se se assim não for, "não é positivo" porque "será um custo acrescido" para os passageiros.

Uma incógnita, de acordo ainda com o autarca, continua a ser o preço do bilhete.

A expectativa criada "em reuniões numa fase inicial" do processo é de que se mantenha um preço equivalente aos cerca de 120 euros a viagem de ida e volta entre Bragança e Lisboa.

"De outra forma também seria mais complicado conseguir ter clientes para fazer essa viagem", acrescentou.

A única certeza é que o avião que irá operar nesta carreira aérea terá as mesmas características e lotação de 19 lugares do transporte anterior.

A expectativa do autarca de Bragança é a de que "possa haver avião no início do segundo semestre" e que no "final de junho, julho estará a ligação reposta".

Hernâni Dias adiantou ainda ter a informação de "que há de facto várias empresas interessadas neste concurso".

A região de Trás-os-Montes teve voos regulares durante 15 anos com a carreira aérea Bragança/Vila Real/Lisboa, subsidiada pela União Europeia em 2,5 milhões de euros anuais diretamente às operadoras.

Em novembro de 2012, o Governo decidiu suspender os voos alegando que Bruxelas não autorizava mais este tipo de ajuda.

Depois de várias propostas, o executivo anunciou, em dezembro de 2014, que a carreira aérea iria ser retomada com o mesmo modelo de financiamento, mas com um trajeto alargado de Bragança a Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão.

O Governo disponibilizou 7,8 milhões de euros para subsidiar durante três anos a ligação.

Agência Lusa

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