A produção de morango tornou-se numa imagem de marca de São Pedro Velho, uma aldeia de Mirandela, no distrito de Bragança, impulsionada por antigos emigrantes sazonais que estão a afastar outros conterrâneos do mesmo destino.
Entre abril e novembro, cinco produtores dão trabalho praticamente diário a uma média de "50 a 60 pessoas" e comercializam cerca de 100 toneladas de morango por ano com um valor aproximado de 150 mil euros, numa aldeia com 200 habitantes.
Os dados foram avançados à Lusa por Carlos Pires, presidente da junta de freguesia que há sete anos promove uma feira em torno deste produto e que no fim de semana de 09 e 10 de maio leva à aldeia milhares de forasteiros à "procura do morango" e de outros atrativos locais.
Tudo começou há um quarto de século com dois dos muitos casais que iam para França fazer as campanhas da apanha do morango com contratos sazonais.
O autarca contou que resolveram apostar nesta cultura na própria terra e fizeram do morango um negócio com venda garantida para o comércio transmontano, para Espanha, e a conquistar grandes superfícies instaladas na região.
O presidente da junta destacou a "importância desta produção na economia local e empregabilidade".
O morango "sai quase diariamente e os produtores empregam uma média de 50 a 60 pessoas e têm de recorrer a aldeia anexas", como indicou.
"Isso faz com que essas pessoas já tenham um planeamento anual e sabem que vão trabalhar, o que as afasta da emigração", vincou.
O fruto ganhou dimensão e surgiu a ideia de divulgar ainda mais este produto com a Feira do Morango.
Na edição anterior, venderam-se "oito toneladas de morango em dois dias" entre os 50 expositores que apresentam também outros produtos locais, como o vinho.
O programa do evento dá ainda a conhecer outras potencialidades da aldeia, nomeadamente num passeio pedestre "à procura dos morangos" que começa num forno comunitário, onde se cozem os típicos doces económicos e pão.
Ao longo do percurso, feito no ano passado por 200 pessoas, dá-se a conhecer monumentos e a paisagem, e o processo de produção do rei na festa com paragem num morangal, onde os participantes podem colher e levar uma caixa do fruto.
No regresso à aldeia, nova paragem numa plantação de framboesa onde os espera o pão e os doces confecionados no forno da aldeia.
No recinto da feira há espaço para as crianças e um restaurante típico, além de animação e expositores ligados ao ensino, nomeadamente a Escola de Turismo que fará demonstrações de culinária com o produto em destaque.
O morango contagiou a aldeia, onde nas casas são visíveis vasos com morangueiras ou carretas que vão também enfeitar a feira.
Agência Lusa
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