Babe é uma freguesia portuguesa do concelho de Bragança, com 25,51 km² de área e 277 habitantes (2001). Densidade: 10,9 hab/km².
À semelhança da maioria das aldeias de Bragança, Babe foi terra de minérios, tais como, as pirites de ferro, uma mina de chumbo e uma mina de manganês, situada entre o termo de Babe e Caravela, criada por decº de 8 de Abri de 1880, DG de 6 de Outubro de 1876.
Comercialmente e industrialmente, Babe foi conhecida por todo o Trás-os-Montes, entre outros, pela fama das suas facas de bolso e cozinha, feitas por ferreiro com altos conhecimentos, segundo afirma o Abade de Baçal na sua obra do mesmo nome.
Toponímia:
Babe, Babi nas inquirições, tiradas pelo ano de 1258, quer dizer em árabe "portinha", mas porta, também pode derivar de Babon. Por sua vez, Babius, foi nome de poeta romano, donde também podia provir Babe. Já sob o ponto de vista militar, Babe é realmente uma portinha, relativamente ao lado de Bragança, enquanto pelo lado de Miranda, Babe apresenta fácil entrada ao invasor. O toponímio Babão é frequente, enquanto Babilon é apelido de uma família portuguesa do séc. XIII. Deste modo, não é fácil dizer qual a origem do nome, embora não custe acreditar na origem romana do seu topónimo.
História:
Situada a 800 metros de altitude, a leste de Bragança, constitui a porta de entrada do planalto de Lombada. No século XVIII ainda eram visíveis os restos da antiga igreja de São Pedro, localizada perto de Castrogosa a sul. Por este mesmo local e a sul o castro da Sapeira, passava a estrada romana que de Bragase dirigia a Astorga. Algumas estelas funerárias e um marco milenário documentam a romanização desta aldeia. Tem uma capela dedicado a São Sebastião e outra que foi recuperada em 1991, dedicada a São José.
Babe remonta a épocas ainda pouco definidas. Em todo o caso, podemos afirmar, com toda a segurança, que a sua existência é muito antiga. Mas a sua importância afirma-se pela Comenda, trazida por Domingos de Morais Madureira Pimentel, fidalgo da Casa-Real que casou em Bragança com D. Luisa Caetana de Mesquita, seu primeiro Comendador. E tal era o seu tamanho territorial, que El-Rei D. Sebastião por sua ordem mandou dividir em duas: a de S. Pedro de Babe e a de Nossa Senhora de Gimonde, como pedira o Duque D. Teodósio, em obediência a uma Bula do Papa, com data de 4 de Maio de 1561. E se é verdade que este comendador terá sido um dos notáveis desta terra, outros houve como Júlio Pires de Castro, nascido nesta povoação a 11 de Novembro de 1814. Escreveu várias obras e leccionou latim em Bragança com grandes créditos de competência, enquanto aqui viveu.
Recuando no tempo, convém dizer que a Comenda de S. Pedro de Babe tinha um rendimento de 250.000 réis, conforme Diogo Nunes. Quanto à reitoria que também foi, o seu rendimento era de 44.000 réis, posto à disposição da Sua Alteza Real, durante a Restauração de Portugal. Durante a fase posterior à guerra de Aclamação, muitos foram os contributos para restaurar o país, pelo que Babe, na pessoa de António Alurez de Magalhães, ofereceu, para as presentes necessidades de Sua Majestade, 20.000 réis, que era o salário que obteria pelo dia de S. João, bem como ainda deu poder bastante para cobrar dos comendados ou rendeiros das Comendas de Babe.
Tratado de Babe:
Babe ficou célebre pelo tratado de Babe, realizado em 26 de Março de 1387, entre D. João I e o Duque de Lencastre, tendo por objectivo realizar o casamento do Rei de Portugal com D. Filipa de Lencastre.
D. João, Rei de Portugal, ofereceu auxílio ao duque de Alencastre, João de Gaudi, para provocar a divisão das forças e tropas de Castela. É assim que o Inglês desembarca na Corunha, seguindo depois para Melgaço, onde se avistou com D. João. Nesse encontro estipularam as condições do auxílio que, à boa maneira inglesa, comportava o casamento de uma das suas filhas, já que com ele trouxe duas, vindo a casar a última em Espanha, para firmar outro acordo, de nome Filipa, com o nosso rei D. João.
Enquanto as tropas do Duque Inglês seguem para Bragança, consuma-se na cidade do Porto o dito casamento, após o qual o nosso rei haveria de juntar as suas tropas às de Alencastre, hospedado no Mosteiro de Castro de Avelãs. Mas esta demora foi tal que se diz que o Duque resolveu seguir com o seu exército, no momento em que chega a boa nova da chegada do Rei. Com as tropas do Duque em marcha, seguem na direcção de Babe, onde aguardam pelas do Rei D. João.
É então que, durante esta pausa, o refinado Duque negoceia aquele que seria o Tratado de Babe, que obrigava o dito Duque a abdicar de quaisquer direitos que pudesse vir a ter sobre a coroa portuguesa. Diz-se que a Lombada nunca teria estado tão engalanada, já que foram milhares os homens que por ali acamparam, distinguindo-se de entre eles, o Santo Condestável.
Deste acordo, mais uma vez Portugal pouco lucrou, já que o Duque inglês, após ter casado as filhas como já referimos, mais nada aconteceu e muito menos a tal divisão das forças castelhanas, há por isso quem afirme até que outra coisa não queria o Duque, que não fora casar as filhas.
Castros:
O Castro de Babe ou Castro da Sapeira, nome ainda hoje usado, fica a 2,5kms a sudoeste da povoação e situa-se no cume de um outeiro inacessível a Nordeste. Tem de área 350x150 metros, é cercado por muro de pedra solta e nas partes falhas de defesa natural por três parapeitos e respectivos fossos, distanciados entre si de 54x150x320 metros. Tinha duas portas, uma a Sul e outra a Sueste.
Mas no extremo do seu termo, outro castro há, a raiar com Milhão, a Castragosa, assim se chama, e perto dele as ruínas da igreja de S. Pedro, onde apareceram lápides funerárias que se encontram no Museu Abade de Baçal em Bragança. Uma delas apareceu debaixo do altar da capela, que só depois de várias peripécias e das diligências do reitor de Babe, Padre Francisco Manuel Pires, veio para o museu na sede de Concelho.
Motos 4X4:
Segundo mencionado na revista Visão, as gentes da aldeia têm uma verdadeira paixão por motos 4x4. Ninguém sabe muito bem como tudo começou, mas depois que a primeira ali apareceu, a aldeia já conta com mais de 70. E isto numa povoação que não chega aos 300 habitantes. Os proprietários, que incluem várias pessoas com cerca de 60 anos, utilizam este tipo de veículos não só para se deslocarem a outras localidades mas também para executar as tarefas relacionadas com a agricultura.
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A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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hola. Chamo-me Nena venho da Grecia e tenho vivido em Lisboa unos anos atras. Gosto muito de sentir ouvir a vossa bonitisima lingua e passei muito bem quando vivia em vosso pais.
ResponderEliminaro vosso artigo me fiz lembrar as bonitas horas que passei em Lisboa e outras cidades de Portugal. Obrigada por fazer-me lembrar unos tiempos inolvidaveis Nena