Serra da Nogueira |
Na vertente Leste, situam-se diversas povoações - Grandais, Castro de Avelãs, Castanheira, Formil, Gostei, Nogueira, Rebordãos, Sortes e Santa Comba de Rossas; a Sul, ficam Rebordainhos e ; do lado Poente, e ao longo de uma vasta extensão, podem encontrar-se Castrelos, Conlelas, Alimonde, Carrazedo, Martim, Refóios, Zoio, Vila Boa, São Cibrão, Celas, Mós de Celas e Negreda. São quase todas do concelho de Bragança, exceptuando as últimas cinco que fazem parte do concelho de Vinhais.
A Sul da Serra de Nogueira fica a Serra de Bornes; a Norte, a de Montesinho; e a Nordeste, a de Sanábria. A Poente, avistam-se contornos vários do relevo, principalmente a Serra da Coroa e o Cerro de Penhas Juntas. Na sua formação geológica, a Nogueira é formada por xistos argilosos, xistos cloríticos, talcos ou pedra molar e afloramentos de ferro a que o povo chama "pedra ferrenha". Nas suas encostas nascem várias ribeiras, em nascentes de água fresca e cristalina, que vão engrossando ao longo do percurso, como é o caso do rio Fervença que corre para o rio Sabor, da Ribeira de Vila Boa e a de Celas que afluem ao Tuela. Nesses cursos de água nascem e desenvolvem-se diversas espécies de peixe: a truta vulgar, o barbo, a boga, o escalo e a enguia. De registar e lamentar que muitos destes peixes sejam vítimas de uma perseguição atroz com bombas e venenos, principalmente durante o período de Verão.
Carvalho Negral:
Carvalho Negral |
A maior área de carvalho negral presente em Portugal está localizada a norte do Rio Douro, na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo o ecossistema da Serra da Nogueira onde está mais representado.
Nesta região, dá-se o predomínio dos solos pardos (florestais) podzólicos e litosolos ácidos, de rochas cristalofílicas, associados a solos litólicos e litosolos ácidos, ambos estes dois de granito e todos de regiões muito húmidas.
Quanto à fauna, pode dizer-se que a Nogueira é um autêntico manancial de bicharada brava, um "museu" vivo de espécies animais que há muito teriam desaparecido se as condições oferecidas pela serra não fossem o que são - naturais e religiosamente preservadas.
Raposa |
Ali há lobos (Canis lupus-L), raposas (Vulpes – vulpes-L), javalis (Sus scrofa-L), corços (Capreolus capreolus-L), ouriços-cacheiros (Erinaceus europaens), texugos , lebre (Lepus capensis-L), coelho bravo (Oryctolagus cuniculus-L), toupeira (Talpa occidentalis Cabrera), doninha (Mustela nivalis-L), leirões (Rattus rattus-L), lontra (Lutra lutra-L), gato bravo (Felis silvestris Schreber).
Aves:
Voam nas suas encostas a cegonha branca (Ciconia ciconia-L), a perdiz comum (Alectoris rufa-L), a codorniz (Coturnix coturnix-L), a galinhola (Scolopax rusticola-L), o pombo bravo (Columba oenas-L), a rola (Streptopelia turtur-L), o cuco (Cuculus canorus-L), a andorinha dos beirais (Delichon urbica-L), o rouxinol (Luscinia megarhynchos C.L. Brehm), o melro (Turdus merula-L), o gaio/pigarra (Garrulus glandarius-L), a pega (Pica pica-L), o corvo (Corvus covax-L), o peneireiro cinzento (Elanus caeruleus Desfontaines), o gavião (Accipiter nisus-L), morcegos, a noitibó, todo o tipo de passarada miuda, a toutinegra, a gralha, o amarelante, o pica-pau e já houve águias e grifos...
Peneireiro Cinzento |
Há salamandras de pintas amarelas (Salamandra salamandra-L), rã verde (Rana perezi Seoane), sapo (Bufo bufo-L) cobras, lagartos, viboras, viborões, escouparinhos, cobras de água.
Flora:
A flora é também muito abundante, com alguns tipos de vegetação a merecerem destaque. O castanheiro (Castanea sativa Mill) abunda, existem muitas nogueiras (Juglans regia-L) e houve muitos negrilhos (Ulmus procera salisb) que morreram há alguns anos com doença incurável; há cerejeiras (Prunus avium-L), choupo negro (Populus nigra-L) e branco (Populus alba-L), amieiros (Alnus grutinosa-L), salgueiro preto (Salix atro-cinera-Brot) e branco (Salix alba-L), vidoeiros (Bétula pubescens-Ehrh), freixos , medronheiro (Arbutus unedo-L), lentisqueiro bastardo (Phillyrea angustifolia-L), abrunheiro bravo (Prunus Spinosa-L), roseira brava (Rosa canina-L) e a silva (Rubus ulmifólius Schott). E abundam também a esteva resinosa (Cistus ladaníferus-L), o feto ordinário (Pteridium aquilinum Kubr), a urze (Calluna vulgaris Salish), a carqueja (Pterospartum Wk et Lge), a arçã (Lavandula pedunculata Cav), o tojo arnal (Ulex Europaeus), o alecrim, o rosmaninho e algumas de implantação mais recente como são o pinheiro e o cupresso. Mas a espécie que mais distingue e enriquece todo aquele colosso de monte bravo, é sem dúvida, o carvalho negral (Quercus pyrenaica Willd.) e touças de carvalho velano (Quercus lusitânica Lam.). Segundo informações que merecem todo o crédito, a serra da Nogueira possui a mancha florestal de carvalhos mais extensa de Portugal e, talvez mesmo, da Europa. De facto, trata-se de um espaço imenso constituído pelo carvalhal que vai do Ranhadouro até Celas e desde Vila Boa de Vinhais até às encostas que vertem para Rebordãos ou Rossas.
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