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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Área de Paisagem Protegida da Serra da Nogueira

Serra da Nogueira
A Serra da Nogueira é um maciço montanhoso que se ergue a sudoeste da cidade de Bragança, com orientação N-S, e com uma extensão de, aproximadamente, 13 Kms. No ponto mais alto, atinge os 1319 m. Neste ponto, situa-se o Santuário de Nossa Senhora da Serra ( ou N. Senhora. das Neves ) e, em dias claros, pode servir de miradouro para uma das visões mais alargadas que existe em Portugal, tal é a amplitude do horizonte visual que dali se disfruta.
Na vertente Leste, situam-se diversas povoações - Grandais, Castro de Avelãs, Castanheira, Formil, Gostei, Nogueira, Rebordãos, Sortes e Santa Comba de Rossas; a Sul, ficam Rebordainhos e ; do lado Poente, e ao longo de uma vasta extensão, podem encontrar-se Castrelos, Conlelas, Alimonde, Carrazedo, Martim, Refóios, Zoio, Vila Boa, São Cibrão, Celas, Mós de Celas e Negreda. São quase todas do concelho de Bragança, exceptuando as últimas cinco que fazem parte do concelho de Vinhais.
A Sul da Serra de Nogueira fica a Serra de Bornes; a Norte, a de Montesinho; e a Nordeste, a de Sanábria. A Poente, avistam-se contornos vários do relevo, principalmente a Serra da Coroa e o Cerro de Penhas Juntas. Na sua formação geológica, a Nogueira é formada por xistos argilosos, xistos cloríticos, talcos ou pedra molar e afloramentos de ferro a que o povo chama "pedra ferrenha". Nas suas encostas nascem várias ribeiras, em nascentes de água fresca e cristalina, que vão engrossando ao longo do percurso, como é o caso do rio Fervença que corre para o rio Sabor, da Ribeira de Vila Boa e a de Celas que afluem ao Tuela. Nesses cursos de água nascem e desenvolvem-se diversas espécies de peixe: a truta vulgar, o barbo, a boga, o escalo e a enguia. De registar e lamentar que muitos destes peixes sejam vítimas de uma perseguição atroz com bombas e venenos, principalmente durante o período de Verão.
Carvalho Negral:
Carvalho Negral
O carvalho negral é uma espécie atlântica, que prefere uma atmosfera húmida e uma quantidade média de humidade no solo. No entanto, é susceptível de viver em condições mais desfavoráveis, como sucede no leste de Portugal, onde os verões são bastante secos.
A maior área de carvalho negral presente em Portugal está localizada a norte do Rio Douro, na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo o ecossistema da Serra da Nogueira onde está mais representado.
Nesta região, dá-se o predomínio dos solos pardos (florestais) podzólicos e litosolos ácidos, de rochas cristalofílicas, associados a solos litólicos e litosolos ácidos, ambos estes dois de granito e todos de regiões muito húmidas.
Quanto à fauna, pode dizer-se que a Nogueira é um autêntico manancial de bicharada brava, um "museu" vivo de espécies animais que há muito teriam desaparecido se as condições oferecidas pela serra não fossem o que são - naturais e religiosamente preservadas.
Raposa
Mamíferos:
Ali há lobos (Canis lupus-L), raposas (Vulpes – vulpes-L), javalis (Sus scrofa-L), corços (Capreolus capreolus-L), ouriços-cacheiros (Erinaceus europaens), texugos , lebre (Lepus capensis-L), coelho bravo (Oryctolagus cuniculus-L), toupeira (Talpa occidentalis Cabrera), doninha (Mustela nivalis-L), leirões (Rattus rattus-L), lontra (Lutra lutra-L), gato bravo (Felis silvestris Schreber).
Aves:
Voam nas suas encostas a cegonha branca (Ciconia ciconia-L), a perdiz comum (Alectoris rufa-L), a codorniz (Coturnix coturnix-L), a galinhola (Scolopax rusticola-L), o pombo bravo (Columba oenas-L), a rola (Streptopelia turtur-L), o cuco (Cuculus canorus-L), a andorinha dos beirais (Delichon urbica-L), o rouxinol (Luscinia megarhynchos C.L. Brehm), o melro (Turdus merula-L), o gaio/pigarra (Garrulus glandarius-L), a pega (Pica pica-L), o corvo (Corvus covax-L), o peneireiro cinzento (Elanus caeruleus Desfontaines), o gavião (Accipiter nisus-L), morcegos, a noitibó, todo o tipo de passarada miuda, a toutinegra, a gralha, o amarelante, o pica-pau e já houve águias e grifos...
Peneireiro Cinzento
Anfíbios:
Há salamandras de pintas amarelas (Salamandra salamandra-L), rã verde (Rana perezi Seoane), sapo (Bufo bufo-L) cobras, lagartos, viboras, viborões, escouparinhos, cobras de água.
Flora:
A flora é também muito abundante, com alguns tipos de vegetação a merecerem destaque. O castanheiro (Castanea sativa Mill) abunda, existem muitas nogueiras (Juglans regia-L) e houve muitos negrilhos (Ulmus procera salisb) que morreram há alguns anos com doença incurável; há cerejeiras (Prunus avium-L), choupo negro (Populus nigra-L) e branco (Populus alba-L), amieiros (Alnus grutinosa-L), salgueiro preto (Salix atro-cinera-Brot) e branco (Salix alba-L), vidoeiros (Bétula pubescens-Ehrh), freixos , medronheiro (Arbutus unedo-L), lentisqueiro bastardo (Phillyrea angustifolia-L), abrunheiro bravo (Prunus Spinosa-L), roseira brava (Rosa canina-L) e a silva (Rubus ulmifólius Schott). E abundam também a esteva resinosa (Cistus ladaníferus-L), o feto ordinário (Pteridium aquilinum Kubr), a urze (Calluna vulgaris Salish), a carqueja (Pterospartum Wk et Lge), a arçã (Lavandula pedunculata Cav), o tojo arnal (Ulex Europaeus), o alecrim, o rosmaninho e algumas de implantação mais recente como são o pinheiro e o cupresso. Mas a espécie que mais distingue e enriquece todo aquele colosso de monte bravo, é sem dúvida, o carvalho negral (Quercus pyrenaica Willd.) e touças de carvalho velano (Quercus lusitânica Lam.). Segundo informações que merecem todo o crédito, a serra da Nogueira possui a mancha florestal de carvalhos mais extensa de Portugal e, talvez mesmo, da Europa. De facto, trata-se de um espaço imenso constituído pelo carvalhal que vai do Ranhadouro até Celas e desde Vila Boa de Vinhais até às encostas que vertem para Rebordãos ou Rossas.

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