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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Como se Comemorava o Dia de Portugal nas Escolas Primárias nos Anos 60.


O 10 de Junho, Dia de Portugal e só, era o culminar das actividades que não tinham nome na altura mas que agora se chamam área de projecto. Já existia, só que não tinha nome. Hoje em dia não faltam chavões e na maioria das vezes os resultados são nulos ou irrisórios.
As assistências eram sempre ilustres. Para além dos Professores, apareciam sempre alguns representantes da sociedade civil, como era o representante da Mocidade Portuguesa. Mas quem se destacava mesmo era o Director Escolar que colocava todos “em sentido”. - Portem-se bem que hoje está cá o Sr. Director Escolar…
O cenário das representações era numa das salas de aula, por norma na da quarta classe do Professor Moreira. Não havia teatros municipais nem quejandos e o elenco era a prata da casa.
O cenário de fundo era sempre o quadro negro com colegas a ladeá-lo impecavelmente vestidos com as fardas da mocidade portuguesa e com as bandeiras alusivas ao regime, desfraldadas.
Nesta foto, no dia 10 de Junho de 1965, reconheço todos. Na mesa e sentados da esquerda para a direita. O Adriano, o Tocá e eu. Em pé, está o Tozé e lá atrás, à direita, o Victor e à esquerda o Folgado devidamente fardados.
Os três sentados, continuam neste burgo, o Victor emigrou para França e o Tozé, depois de alguns desaires na vida “emigrou” para o Brasil. Nunca mais soube o que foi feito dele.
Uma das minhas intervenções era contar uma visita ao veterinário com o meu gato.
Não me lembra se tinha gato, mas sei que levei para a representação um gato de uma das minhas estagiárias que me tinha perfilhado. Era costume na altura as estagiárias perfilharem os alunos. O raio do gato não estava muito colaborante mas com o caminhar da peça lá se foi acalmando com as festinhas que lhe ia fazendo e deixou de me "arrebunhar".
Lembra-me perfeitamente do texto passados tantos anos.
À minha esquerda está o Folgado, com a farda da mocidade portuguesa, à direita o Victor e, esta metade de rosto à direita da foto, era do Director Escolar do qual não me lembra o nome.

Era assim a estória:

Boa tarde meus senhores.
Eu estou bem muito obrigado,
Apenas preocupado por causa do pobre gato.

Coitadinho do bichano, coitadinho do maltês,
Calculem que há mais de um mês que ele não apanha um rato.

Outra noite aiii que martírio, o pobre do meu gatinho miou tanto coitadinho, nem deixou dormir a gente.

O papá que tem mau génio, atirou-lhe com um sapato. Diz a mamã, deixa o gato talvez lhe doa algum dente.

Eu fiquei pensando nisso (aqui surgiu a dúvida nos ensaios se eu deveria dizer, pensando nisso ou, a matutar. Nunca chegámos a nenhuma conclusão e já não sei a palavra que utilizei na “actuação), se tal doença afinal seria queixal furado ou o dentinho do siso.

Não disse nada a ninguém, peguei no pobre gatinho e fui logo direitinho o dentista procurar.

O dentista não estava, tinha saído para fora e como havia demora não quis saber de mais nada.

É verdade, entre os senhores não haverá nenhum dentista?

(nesta altura pedia-se a intervenção do público e o público respondia nãoooo).

Ai não? Então obrigado e até á vista.

E…assim com uma simpática e obrigatória salva de palmas, acabava a actuação.


1 comentário:

  1. Foi bom recordar. A minha avó contava esta "história"e dizia "matutar".

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