Antenas parabólicas na Serra da Nogueira voltam a funcionar por dois dias

Alertar para a possibilidade de desmantelamento das duas grandes parabólicas instaladas na Serra da Nogueira, em Bragança, foi o objectivo de um grupo de radioamadores que este fim-de-semana subiu ao cume da elevação, e não para a romaria de Nossa Senhora da Serra.

A meta traçada era reactivar as antenas com 30 metros de altura e 20 toneladas de ferro galvanizado, que resistem a ventos de 200 km por hora, e estabelecer contacto com estações de outros radioamadores.
Depois de um dia e meio de trabalho para voltar a pôr a funcionar as antenas, a comunicação chegava já quase à fronteira de Espanha com França. Mas antes da comunicação se concretizar, houve uma pesquisa de interlocutores através de código Morse. Um exercício para demonstrar que as antenas que marcam a paisagens no alto da Serra de Nogueira ainda funcionam. 
O propósito é alertar para a existência e para a necessidade de preservação de estruturas que poderão ser únicas na Europa. “Viemos testar os nossos conhecimentos na prática e aproveitara uma infraestrutura que é, tanto quanto sei, única na Europa e das raríssimas que há no mundo”, explica Adelino Francisco, radioamador de Viseu e director de uma revista sobre o tema. As gigantescas parabólicas foram construídas com fim militar, tendo sido instaladas pela NATO, e passaram mais tarde a integrar a rede da PT. 
A tecnologia dos satélites começou a surgir, na década de 80, altura em que terão sido desactivadas. Uma proposta apresentada na Assembleia Municipal de Bragança para desmantelar as antenas, apesar de rejeitada, preocupa estes interessados em telecomunicações. 
Este fim-de-semana, as parábolas foram reactivadas por alguns radioamadores, que vieram de vários pontos do país para alertar para a importância de preservação das estruturas. 

Escrito por Brigantia