A associação ambientalista Quercus entende que o projecto do Parque Eólico de Torre de Moncorvo é uma ameaça à paisagem do Alto Douro Vinhateiro.
A EDP pretende construir um Parque Eólico que prevê a instalação de 30 aerogeradores com uma capacidade de 60 Megawatts, nos concelhos de Torre de Moncorvo e de Carrazeda de Ansiães.
No entanto, João Branco, presidente da Direcção Nacional da Quercus, defende que o empreendimento vai afectar “as espécies protegidas, a população e a paisagem do Alto Douro Vinhateiro”. “São torre enormes de 100 a 120 metros. O Alto Douro Vinhateiro tem uma imagem a manter, e a integridade da paisagem é alterada e corre-se o risco de que comece sair nas revistas vitícolas que o Douro já tem mais torres eólicas do que vinha”.
O ambientalista entende que o projecto é incompatível com a classificação de Património Mundial da paisagem, não tendo condições para ser autorizado pelas entidades nacionais. Mas caso o parque eólico receba aprovação do Governo e da Agência Portuguesa do Ambiente, a Quercus promete apresentar queixa à UNESCO. A maior parte da área de estudo encontra-se na Zona Especial de Protecção (ZEP) do Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património Mundial classificado pela UNESCO.
O ambientalista afirma que “tem ainda de se avaliar devidamente os impactos cumulativos nesta zona, depois da construção da barragem do Foz Tua e da colocação de uma linha de alta tensão”.
O Estudo de Impacte Ambiental do projecto esteve em período de consulta pública e é agora necessário o aval da agência portuguesa do ambiente para o parque eólico poder avançar.
Contactado pela CIR, o presidente do Município de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves não quis para já reagir à denúncia da Quercus, por desconhecer o teor da posição da associação ambientalista, remetendo para mais tarde declarações sobre este tema.
Escrito por Brigantia
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