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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Não é fadista, mas é artista!

A nossa Tia Amália Rodrigues tem 73 anos é filha da aldeia de Cidões – Vinhais. 
Há mais de 26 anos que participa na Familia do tio João com a sua poesia
Nasceu e cresceu a ver fazer cestas, como diz o povo nasceram-lhe os dentes no mundo das cestas.
Foi abençoada com meia dúzia de filhos que brotaram de cinco ventres, 4 raparigas e dois rapazes.
Trabalhou num talho com o marido, mas a arte ancestral da cestaria que herdava dos seus antepassados corria-lhe no sangue e foi há vinte anos, depois da merecida reforma, que, relembrando e revivendo os tempos de criança, a Tia Amália Rodrigues se dedicou à arte da cestaria de alma e coração. 
As cestas são trabalhosas - conta-nos a Tia Amália Rodrigues - tem que se ir ao monte escolher o piorno, as escobas ou as giestas (a designação varia consoante a origem geográfica). A escolha não é aleatória e não carece de mestria. Só o piorno fino e longo é ideal sendo que o grosso e curto não serve para o efeito. O piorno é então descascado e de seguida tem que apanhar sol procedimento denominado Assoalhada. A curiosidade é que o piorno não bronzeia com o sol! Pelo contrário fica ao sol até ficar bem branquinho! Pior ainda se não apanhar sol fica escuro… e esta heim?! Uma vez branquinho o piorno passa a chamar-se verga. A verga é aguçada e está então pronta para Feitar. Feitar é arte de fazer a própria cesta. A confeção da cesta demora aproximadamente três horas. Como realça o ditado popular. “Cesteiro que faz um cesto faz um cento, se lhe derem verga e tempo!”
A Tia Amália Rodrigues faz vários tipos de cestas. Existe variedade não só no tamanho, desde as pequeninas que são usadas para recordações de casamentos, batizados, comunhões e outras festas, passando pelas médias que podem servir de fruteiras, candeeiros e abat-jours ou para colocar o pão em restaurantes e casas particulares e por ultimo as grandes que podem servir para colocar as batatas, cebolas, cenouras, etc nas nossas cozinhas tendo também um efeito decorativo de requinte.
Quanto ao formato destacam-se as rendilheiras, as arrematas não esquecendo as intecidas, todas peças de originalidade marcada recheadas de carisma que revelam um saber-fazer secular que faz parte da nossa história e da nossa cultura.
Obrigado Tia Amália Rodrigues por manter viva esta tão bonita arte e oxalá haja oportunidade para que possa passar o conhecimento às gerações vindouras!

Página do Tio João

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