“Assumimos a estratégia transfronteiriça como matriz de promoção”
No próximo fim-de-semana, dias 27 e 28, o município de Freixo de Espada à Cinta inicia as comemorações das Amendoeiras em Flor, que se repetem a 5, 6 e 20 de março. Em entrevista à VTM, a autarca Maria do Céu Quintas apresenta uma feira transfronteiriça renovada e de visita obrigatória.
Catarina Matias
Mais um ano, o município de Freixo de Espada à Cinta celebra as amendoeiras em flor. Quais são as expectativas para esta comemoração?
Freixo de Espada à Cinta apresenta-se para esta edição das Amendoeiras em Flor com afirmação e vontade de prosseguir um caminho que tem uma marca transfronteiriça que se solidifica e acompanha um retorno factual para a economia do concelho. Durante anos as pessoas deslocavam-se a Freixo única e exclusivamente para apreciar a floração da amendoeira. Hoje, temos que pensar no turismo e na promoção com novas dinâmicas e ofertas. É neste contexto que falar das Amendoeiras em Flor de Freixo de Espada à Cinta é falar de uma Feira Transfronteiriça renovada na sua oferta e com ganhos na sua nova centralidade, já que se realiza no centro da vila, onde está situada toda a economia permanente, e próxima do centro histórico, que é sempre uma visita obrigatória.
Considerado um dos eventos mais esperados, quantas pessoas prevêm atrair ao recinto?
Não posso quantificar mas posso qualificar porque é da análise qualitativa que se infere a solidez do que pretendemos e as razões porque seguimos uma determinada estratégia. Grande percentagem dos visitantes provém de Salamanca e da respetiva província, facto que se compreende não só pela proximidade geográfica, mas também pela nova linguagem de promoção que temos vindo a desenvolver, que tem suscitado o retorno pretendido e que não se confina apenas a um período sazonal.
Qual a história desta feira e como classifica o seu desenvolvimento ao longo dos anos?
Freixo de Espada à Cinta, enquanto território raiano, tem de capitalizar as vantagens decorrentes de estar próximo de Espanha e fundamentalmente estar próximo de duas importantes cidades: Salamanca e Ciudad Rodrigo. Acresce o elemento cultural do povo espanhol que viaja, circula e compra no comércio português. Ao percebermos essa mentalidade estamos a fazer 50% do trabalho de casa. Os restantes 50% têm a ver com a nossa vontade em criar condições que tenham, de facto, valor acrescentado para a nossa economia local. Neste momento, Freixo é falado em Salamanca e, portanto, assumimos claramente a estratégia transfronteiriça como matriz de promoção.
A nível de programação, o que podem os visitantes esperar desta edição?
Podem esperar uma terra acolhedora, uma restauração de excelência e uma hotelaria que garante qualidade e conforto. A Feira Transfronteiriça tem 80 stands, sendo 24 exclusivamente de gastronomia e produtos regionais de Portugal e Espanha. Foi ainda renovada a programação mais lúdica, agora sem custos elevados, mas manteve-se a essência ibérica. Quem vier a Freixo, regressará seguramente.
Qual a aposta do concelho na exploração das amendoeiras?
Esse é um caminho que está a ser bem seguido pelos lavradores. Tem havido um investimento sério no amendoal, ora para renovação, ora para primeiras plantações, e o município regozija-se com esse espírito empreendedor.
Que balanço faz sobre estes anos que está a frente do município?
Assumo claramente uma gestão de transição e de boas contas, como atestam os resultados. Todos sabem que herdei um concelho muito endividado, pelo que pugno por uma gestão de rigor que tenta conciliar a resolução com a contenção. Adotei um caminho que é claro nas intenções e assertivo na estratégia. Os recursos são escassos, portanto tem de haver prioridades a cumprir. Neste sentido há um trabalho associado ao relançamento da seda que está a vingar, que ramifica na promoção, e uma orientação verdadeiramente humanista que se cruza com uma política social de resultados. Não há recursos, mas há vontade e, acima de tudo, um caminho: as pessoas primeiro.
Catarina Matias
in:avozdetrasosmontes.com
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