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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Banco de Terras vai ser retomado e estabelece quota para refugiados

Em quatro anos, o programa Bolsa de Terras, aprovado pelo anterior Governo, colocou à disposição dos interessados 3964 hectares. Vai ser reconvertido para enquadrar apenas as terras do sector privado.
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, admitiu ao PÚBLICO a possibilidade de poderem vir a ser “atribuídas a refugiados” parcelas de terra do património fundiário do Estado que vai integrar no programa Banco de Terras, que agora vai ser reactivado.

Esta é uma das novas disposições do seu novo articulado. O programa Banco de Terras, criado durante o Governo de António Guterres e interrompido em 2002, vai ser retomado muito provavelmente até ao final do semestre em curso. Incluirá também o direito de preferência a favor do Estado “dos terrenos onde os contribuintes investiram na reconversão para o regadio”, acentua o ministro da Agricultura.

Foi, sobretudo, nos primeiros anos deste século que na área afecta ao regadio do Alqueva se assistiu a uma corrida desenfreada de empresários espanhóis à aquisição de terras que passaram a beneficiar do novo e sofisticado sistema de rega. O valor fundiário da terra triplicou e quadriplicou, sem que o Estado fosse de alguma forma ressarcido dos investimentos feitos.

O governante argumenta “não fazer qualquer sentido” que um agricultor que tem a sua terra em situação de sequeiro, esta seja valorizada com o acesso ao regadio “e depois o Estado não possa exercer o direito de preferência” numa alienação desse património.

E recorda que quando António Guterres se demitiu em 2002, a legislação para o Banco de Terras ficou aprovada em conselho de ministros através de um projecto de lei que estabelecia no seu articulado o seguinte: O Estado “gozará de direito de preferência na aquisição de imóveis inseridos em zonas submetidas a medidas de estruturação fundiária, designadamente os perímetros de rega.”

No entanto o Governo seguinte liderado por Durão Barroso “mandou para o lixo” a legislação para o Banco de Terras, e “nenhum dos governos seguintes, incluindo do PS, retomou” a proposta, lamentou Capoulas Santos, durante a última audição da Comissão Parlamentar de Agricultura.

O Banco de Terras que o Executivo vai retomar integrará milhares de hectares que o Estado detém e a atribuição das parcelas de terra estará sujeita a concurso. A preferência será dada, prioritariamente, aos “jovens agricultores com formação adequada e depois aos novos agricultores”, realça o ministro.

O objetivo, acentua Capoulas “é fazer um contrato de arrendamento do agricultor com o Estado e, após um período de comprovada boa gestão, de sete a dez anos no mínimo, essas terras podem ser vendidas a quem as trabalhou”. E com o dinheiro proveniente do arrendamento e da venda de parcelas será criado “um fundo para comprar novas terras que serão colocadas no Banco de Terras para voltar a arrendar.”

O modelo implementado pela ex-ministra Assunção Crista, designado Bolsa de Terras, não vai ser extinto. Será destinado a acolher as propostas do sector privado, enquanto o Banco de Terras irá enquadrar terrenos do Estado.

Capoulas frisou ao PÚBLICO que a maioria das terras cedidas para arrendamento no âmbito da Bolsa de Terras “eram do Estado”. Com efeito, no quadro que descrimina o total de terras e áreas cedidas e referente a 31 de Março de 2016, dos 3964 hectares atribuídos para arrendamento ou venda, apenas 930 hectares provinham do sector privado. O Estado e outras entidades públicas, incluindo autarquias, cederam 3033 hectares.

Este programa aprovado pelo anterior Governo em Março de 2012 tinha como “grande objectivo aumentar a produção quer na área agrícola, que na área florestal e também atrair mais gente para a agricultura, nomeadamente jovens”, como sublinhou Assunção Cristas na altura.

Jornal Público

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