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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Chuva e frio colocam Festa da Cereja alfandeguense em risco

Mau tempo fora de época provocou quebras superiores a 80 por cento na produção da cereja em Alfândega e a já famosa Festa da Cereja pode estar comprometida se até lá o clima não ajudar.
A icónica Festa da Cereja em Alfândega da Fé que este ano decorre entre 9 e 12 de junho poderá não ter produto de qualidade caso o mau tempo que se tem sentido em maio com frio e chuva à mistura não dê tréguas. Quem o assevera é a própria presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé (CMAF).

“A cereja, pelo que tenho visto, este ano, é toda de muito má qualidade e nem sequer, além de estar aberta muita dela, está madura, não é aquela cereja vermelha que nós estamos habituados a comer já a partir do mês de maio. A nossa expetativa é que na festa da cereja tenhamos essa cereja já madura caso o tempo nos ajude até lá porque nas árvores a cereja está a pintar e se, entretanto, não houver muito mau tempo, podemos chegar à Festa da Cereja com a primeira cereja da época com alguma qualidade”, revelou ontem Berta Nunes ao Diário de Trás-os-Montes (DTM). 

Mas a esperança é a última a morrer e se o clima ameno predominar até ao certame, do qual distam duas semanas, o fato de poder haver cereja de qualidade até poderá ser uma bênção e um atrativo extra, até porque irá ser raro nesta época o consumidor conseguir encontrar bom fruto. “Este ano vai haver uma redução da produção de cereja enorme. Nunca me lembro de tal ter acontecido, mas se tudo correr bem até à Festa da Cereja, esperamos ter lá essa primeira cereja da época e se isso acontecer será, de uma certa maneira, um motivo de agregação”, afiança a autarca, num tom de palpável otimismo. 

Questionada sobre se a queda massiva na produção permitirá ainda assim cereja suficiente para colmatar a necessidade imperiosa do fruto para a festa que se avizinha e que já é considerada um autêntico postal do concelho de Alfândega da Fé, Berta Nunes não tem pejo em admitir que, “isso não podemos garantir porque, infelizmente, ainda não controlamos o tempo e irá depender muito das condições meteorológicas que se fizerem sentir até ao certame”.

Em termos de compromissos de exportação assumidos pelos produtores anteriormente, a edil assegura que a própria Cooperativa Agrícola já garantiu que não vai conseguir honrar esses acordos. “Este ano a cooperativa tinha já, de fato, alguns contratos para exportação com a Inglaterra, mas dada a grave quebra na produção, não vai ser possível cumprir esses compromissos”, aclarou a entrevistada, que continuou a desenvolver “os contratos e as expetativas de venda estão completamente goradas e isso vai trazer um enorme prejuízo para a Cooperativa Agrícola e para os produtores particulares”.

Na perspetiva da responsável máxima pelo município que representa, o que aconteceu este ano em termos de condições climatéricas desfavoráveis, nunca antes havia acontecido. “Este tempo que se tem vindo a sentir, infelizmente, do ponto de vista da agricultura tem sido péssimo, não só para a cereja, como também para a amêndoa e, inclusive, para as hortas. Tem sido muito mau porque o tempo tem-se revelado excessivamente húmido, frio e tem trazido muitos prejuízos para a agricultura”, descreveu a presidente da CMAF.

“Como disse, este foi o pior ano desde que eu me recordo no que diz respeito à cereja. Nunca tivemos um ano tão mau”, reiterou Berta Nunes. “No entanto”, ressalva a autarca, “se conseguirmos ter na festa cereja de qualidade esse também será um motivo de atração pois penso que este ano será difícil encontrar cereja de qualidade”. 

Quanto ao futuro e para que este cenário apocalíptico não se volte a repetir, Berta Nunes revela que já estão a ser tomadas algumas precauções como, por exemplo, optar por uma outra estirpe de cereja, uma mais tardia. “Há sempre algumas quebras na cereja chamada de cedo, por isso é que agora os agricultores e a própria Cooperativa estão a optar por variedades mais tardias porque a cereja de cedo está mais sujeita às intempéries como geadas e problemas de baixas temperaturas que muitas vezes afetam a produção”, esclareceu.

Já em termos de prejuízos, a edil adianta que estes ainda não foram contabilizados, até porque o mau tempo não veio só dar cabo da produção agrícola como, também, danificou estradas do município e mesmo casas de particulares. “Este tempo tem trazido uma série de inconvenientes e prejuízos, não só na agricultura como noutras áreas, mas não temos, de momento, essa contabilização já realizada”, elucidou Berta Nunes.

Recorde-se que, geralmente, Alfândega da Fé, enquanto concelho, produz anualmente entre 80 a 100 toneladas de cereja. Em 2016, esses números estão seriamente comprometidos, uma vez que existem produtores com perdas totais e outros com quebras que chegam a atingir os 80 por cento.

O DTM tentou durante todo o dia de ontem contatar o presidente da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, mas até à hora de fecho da notícia, tal não foi possível.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

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