Franciscano, natural de Bragança, onde nasceu em 1566, falecendo em Saragoça, no convento da sua ordem, em 1633, com cinquenta anos de hábito monástico, aos 9 de Maio, e não em 1623, como alguns escritores dizem. Havia professado na ordem dos menores franciscanos na observante província de S. Gabriel, em Castela, na qual ensinou teologia e filosofia. Era de notável austeridade e penitência, muito aplicado aos exercícios espirituais e de humildade e gozou na sua ordem e fora dela de notável fama de letrado e santidade.
Foi a Roma como secretário de Frei João Baptista Mole, que ali ia por comissário-geral de toda a ordem no ano de 1600, onde ficou a pedido de alguns cardeais e padres da ordem, que, conhecedores das suas brilhantes qualidades, o nomearam prelado do insigne convento (imediato ao ministro geral) de Santa Clara de Nápoles, e duas vezes Provincial Terrae-Laboris na Campânia, em cujos governos deu mostras de suma prudência e exemplar conduta, e por isso o papa Gregório XV o nomeou vigário-geral dos Reformados, servindo ao mesmo tempo em Nápoles de conselheiro dos vice-reis, por ordem de Espanha, e em Roma por muitos anos presidente de São João de Latrão. Veio em 1633 ao capítulo geral da sua ordem celebrado em Toledo e, adoecendo em Saragoça, aí faleceu.
«Era um homem de bellissima estatura, grande de corpo, alegre de rosto, olhos de aguia, em seus procedimentos, e vida integerrimo, estudioso sobremaneira, honra da sua geração, e credito da sua patria, dignissimo que a sua memoria se conserve sempre fresca entre os varões illustres de Portugal, pois se conserva tão viva em toda a Italia».
Fazem honrosa menção deste ilustre bragançano Frei João da Trindade na Crónica da Província de São Gabriel; Frei Manuel da Esperança na História Seráfica, tomo I, liv. 1, cap. V;Wadding nos Escritores da Ordem; Frei Gaspar de la Fuente na História do capítulo geral do ano de 1633; Frei Francisco de Santa Maria no Ano Histórico; João Baptista de Castro no Mapa de Portugal, tomo II, pág. 155, e o Portugal – Dicionário histórico.
Escreveu:
doutamente na língua latina: Disput: moralis in Bullas Cruciat.
Defunct. et Composit. 1634, in-4.° – In Bullam Caena D. – Tracta. de piis legatis relictis pratrib. – minorib. Dubia Moralia. Manuscrito. – Tract. de Jubileu. idem.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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