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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Em Freixedelo comemora-se o Santo Estevão com sardinha para afastar a trovoada

Dia 26 na aldeia de Freixedelo, concelho de Bragança, festeja-se o Santo Estevão com uma tradição secular: comer sardinha cozida em molho de escabeche. A receita é antiga e a origem não se conhece mas a tradição mantém-se.
Para ser servida dia 26 de Dezembro aos habitantes da aldeia, a preparação tem de começar pelo menos três dias antes.

“A água é temperada com sal, louro e malagueta. Fica a ferve e depois coze-se a sardinha 10 minutos e depois espalha-se em cima de palha, à maneira antiga, e fica a enxugar uma meia hora. Depois faz-se o azeite, até ferver, deixa-se arrefecer e assentar o molho durante meia hora e aí é que se tapa a sardinha que foi colocada em recipientes e fica em marinada durante três dias para ser servida no dia 26 ”, explica José Brás, mordomo desta festa.

Para esta edição da festa foram preparadas cerca de 700 sardinhas. E todos os anos o ritual é repetido. O dia começa com um peditório do ramo do santo Estevão pela aldeia, segue-se uma missa e depois a população come a sardinha num almoço comunitário.

“A sardinha, que é muito saborosa no final dos três dias que está em calda, é servida depois da missa, com pão, tremoços, castanha cozida e vinho”,

Um menu fora do comum nesta época de natal, preparado apenas por homens, para afastar as intempéries na aldeia de Freixedelo. A tradição terá vários séculos, mas foi interrompido na década de 40, por dois anos. A devastação das colheitas que houve nesta altura fez com que a festa fosse retomada para prevenir esses e outros azares:

“É um ritual que ninguém se lembra de como começou e provavelmente terá uns 300 anos de existência e foi feita em louvor do Santo Estevão, porque é o “advogado” das trovoadas. Durante segunda guerra mundial, por dois anos as pessoas desistiram de fazer a festa e a trovoada devastou a aldeia de culturas”, conta. A população associou o infortúnio à interrupção da festa, que foi retomada. “A partir daí começou-se novamente com a tradição da sardinha e nunca mais se deixou de fazer a festa”, refere José Brás. 

Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro

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