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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

António Fernandes

Em 1569 era ele o mestre da obra que se fazia no castelo de Freixo de Espada à Cinta. Eis a respectiva carta régia:

«Eu el Rey faço saber aos que este alvará virem que eu ey por bem e me praz, que em quanto durarem as obras que tenho mandado fazer no castelo da vylla de Freyxo despada cinta, de que he mestre Antonio Fernandez, os bois de caro e bestas do dito Antonio Fernandez, que servirem nas ditas obras, possão beber em quaes quer augoas que ouver no termo e lemite da dita vylla e asy posão amdar e pastar em quaes quer lugares defezos e coymeiros e nas coutadas da dita vylla, tiramdo a coutada dos prados de sememteira dos lavradores, em que não pastarão, e em todas as outras poderão amdar e pastar, como dito he, sem por yso pagarem coyma algûa e fazendo perda ou dano em pam, vinho, azeyte, ortas ou arvores de fruyto, ele Antonio Fernandez o pagara, segundo for alvidrada e estimada por pesoas que ho entendão, e asy ey por bem que os caros que servirem na dita obra posão pasar por quaes quer teras e erdades, não sendo tapadas, sem pagarem coyma, pagando a seus donos a perda que com yso fizerem, e asy me praz que ele posa pera a dita obra apanhar e cavar area homde quer que se achar sem por yso se pagar coyma e fazemdo se pera yso algûa cova ou covas quem as fizer as tapara as fara tapar a sua custa tanto que darea delas não ouver necesydade pera a dita obra, e porem as ditas covas se não farão em parte que faça dano a algûas arvores de fruyto nem em teras que estiverem semeadas ou alquevadas pera semear ou tapadas pera se nelas pramtarem vynhas, e este se comprira em quanto as ditas obras durarem ou eu não mandar o contrario ........... Baltezar Feraz o fez en Almeyrin a 5 de Março de 1569 ............... ».

«Antonio Fernandes.Mestre de cantaria que por 8:000 cruzados acceitou fazer calçadas e cinco olhaes de pontes e outras obras em Villarinho da Castanheira. Eis o alvará d’onde isto consta, passado por el-rei Filippe 2.°:

Eu el Rey faço saber a vos, provedor da villa da Torre de Memcorvo, que avendo respeito ao que os officiaes da câmara da villa de Vilarinho da Castanheira me enviarão dizer pella sua carta aqui junta, e vistas as enformações que sobre isso me forão dadas pelo licenceado Antonio Veloso, servindo de provedor dessa comarca; ey por bem e vos mando que torneis a por em preguão as obras e redeficação da calçada e cinco olhaes de pontes que se hão de fazer nos cinco ribeiros, de que na dita carta fazem menção, e as arematareis a pesoa que nellas fizer o mais baixo e seguro lanço, não passando de conthia de oito mil cruzados, que nas ditas obras ja lançou Antonio Fernandez, mestre de cantaria, o que assy fareis pella traça e apontamentos de que com este vos será o treslado asynado por João da Costa, meu escrivã da camara, e da contia em que assy forem arrematadas as ditas obras, fareis lançar finta pellos moradores das comarcas de Coimbra, Guarda, Vizeu, Torre de Mencorvo, Miranda, e Chaves com declarações que no lançamento da dita finta se tera respeito ao grande rendimento que acrece á barca do concelho da dita villa de Villarinho com as ditas obras se fazerem, para conforme a isso se lançar a ella a mais na dita finta, qual se lançara conforme a ordenação, e o dinheiro della se não podera despender em outra algûa cousa mais que nas ditas obras para se poderem fazer e acabar com a brevidade e deligencia que é necesaria...... e na repartição da dita contia tereis tal advertencia que as comarcas que tiverem mais continua pasagem pellas ditas calçadas e pontes paguem mais que os que tiverem menos pasagem .....................

Sebastião Pereira o fez em Lixboa a XX de Setembro de 1611».

No mesmo Dicionário faz-se menção de outro António Fernandes, mestre de pontes e de obras de cantaria, morador na Torre de Moncorvo, que por ordem régia de 10 de Fevereiro de 1612 foi incumbido de construir uma ponte sobre o rio Côa, na vila de Longroiva, cuja obra arrematara por 12000 cruzados. Para os gastos dela concorreram, além de outras comarcas: Miranda, Bragança e Torre de Moncorvo. Talvez este mesmo fosse o que construiu a ponte sobre o rio Quintela, entre a vila de Mós e Freixo de Espada à Cinta, como se vê do seguinte documento:

«Eu el Rey faço saber a vos provedor da comarca da villa da Torre de Moncorvo que os officiaes da camara e moradores da villa de Mos me enviarão diser que polla grande necessydade que avia de se fazer hûa pomte de pedraria no rio que se chama Quintella emtre a dita villa e de Freixo despada simta me pedião ouvese por bem que assy se ordenasse, ...... e como foi arrematada em quatro centos mil rs., que foy o menor lamço que nella fez Antonio Fernandez, mestre de obras, de que se tem emtemdido que a fara bem e com toda a seguramça que comvem para ficar segura, ey por bem e vos mando que façaes logo lamçar finta da dita comtia dos 400:000 rs. pollos moradores dessa comarqua e das comarcas de Miranda, Lamego e Pinhel, que pareceo que avião de pagar para esta pomte.........................

Lixboa a 24 de Outubro de 1608».

Depois, o autor no Suplemento menciona ainda outro António Fernandes, mestre da obra do castelo da vila da Torre de Moncorvo, em 1556, a quem el-rei perdoou por haver vendido duzentos alqueires de trigo a 110 e 115 réis o alqueire, pois mostrou que o recebera em paga de serviços da sua arte e não o havia comprado para revender.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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