Natural de Sacoias, anexa da freguesia de Baçal, concelho de Bragança. Faleceu em Sacoias a 1 de Maio de 1825, sendo professor de filosofia em Bragança. Foi também professor de retórica em Castelo Branco, como se vê pelos assentos de casamento da freguesia de Sacoias relativos ao ano de 1809, fólio 18, onde serviu como testemunha. Era casado com D. Maria Emília do Carmo, natural de Bragança.
No «Livro de matrícula do Seminário de S. José de Miranda», que principiou em 1759 e se encontra na biblioteca do Seminário de Bragança, vê-se a matrícula de José António Leal, de Sacoias, feita a 21 de Outubro de 1794 e tem a nota de que «frequentava de manhã a aula de mystica e de tarde a de moral com aproveitamento».
Nada conhecemos que Ferreira Leal deixasse escrito; no entanto, deve ter sido homem de merecimento, já pelas qualidades dos padrinhos, já porque a fama da sua enorme sabedoria ainda hoje vive na lenda popular da povoação de Sacoias e circunvizinhas.
A seguinte anedota, que explica talvez os seus estudos, ainda hoje é contada nestes sítios com assombro: um irmão do doutor – como lhe chamava o povo – malhou o pão num dia que ele não queria e, por isso, zangou-se a valer; e para mais arrelia sua, a meio da tarde desencadeia-se tal trovoada com tanta água que varreu todo o cereal debulhado, de onde veio dizer o povo que armava trovoadas e fazia chover.
Nós ainda vimos numa janela da sua casa de habitação em Sacoias traçadas nas pedras aparelhadas, que serviam de verga, peitoril e fitos, diversas figuras de geometria, que davam ideia de um brasão de nova espécie – o de um sábio.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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