Antigo comissário de polícia no Porto e Governador Civil do Distrito de Bragança por decreto de 25 de Novembro de 1873, cargo de que tomou posse a 13 do mês seguinte. Correm impressos bem elaborados Relatórios respeitantes à gerência deste governador civil, que mostram quanto tomava a peito os diversos ramos da administração pública a seu cargo e os benefícios que o distrito lhe deve.
Teve tal qual celebreira uma questão que alguns sócios da «Assembleia Brigantina», casa de recreio que havia ao tempo em Bragança, tiveram com este governador civil, a qual motivou dois opúsculos intitulados: A Assembleia Brigantina e o Senhor Governador Civil Adriano José de Carvalho e Melo (Porto, 1875, 8.º de 43 págs.) e O Governador Civil de Bragança e os colegas do colega director da Assembleia Brigantina (Porto, 1875, 8.º de 55 págs.).
Graças às instâncias deste governador civil, pelos alvarás de 1 de Maio e 26 de Junho de 1876, em execução da deliberação tomada em sessão de 4 de Março desse ano pela Junta Geral do Distrito de Bragança, criou-se nesta cidade um corpo de polícia civil, que ainda hoje dura, sendo seu primeiro comissário António José Ribeiro, segundo oficial da secretaria do Governo Civil de Bragança.
Adriano de Carvalho e Melo era natural da casa da Picota, freguesia de Tuías, concelho do Marco de Canaveses, onde nasceu a 3 de Agosto de 1825, e na mesma casa faleceu a 9 de Outubro de 1894. Foi também administrador do Marco de Canaveses e deputado. Redigiu com António Cabral A Verdade, semanário daquela localidade, e colaborou largamente no Jornal do Porto.
Devido à sua energia é que o célebre criminoso José do Telhado foi preso quando tentava embarcar clandestinamente para o Brasil escapado à acção da justiça deveras empenhada na captura de tão famigerado bandido, que durante nove anos assolou as Beiras e Trás-os-Montes, praticando crimes audaciosos que o guindaram à lenda dos criminosos mais célebres.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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