Sob a influência do Mosteiro beneditino de Murça, o entusiasmo devoto de Dona Maria Teixeira, natural de Bragança, propõe o Arcebispo D. António Pinheiro e obtém do Papa Breve, de 1 de Outubro de 1589 para que as religiosas beneditinas de Vairão se pudessem estabelecer em Bragança. A própria promotora das instituições doa ao Mosteiro os bens necessários ao seu sustento, património que se mostrou sempre escasso ao sustento da comunidade.
O Mosteiro de Santa Escolástica, ficará sob a jurisdição episcopal, com capelão próprio e confessores nomeados pelo Arcebispo. Ao mosteiro foram-se acolhendo mulheres de alguma nobreza mas também prestou asilo a muitas outras desamparadas e abandonadas, ou caídas em desgraça e pobreza, o que pode ter transformado o Mosteiro mais em instituição de assistência social do que em comunidade religiosa ou «jardim de virtudes monásticas».
O Mosteiro teve sempre uma comunidade muito alargada: em 1725 o bispo conta-lhe quase 200 freiras; depois em 1754 contam-se-lhe «120 monjas, misturadas com igual ou maior quantidade de mulheres seculares, criadas, parentes e raparigas». Na eleição abaçal de 1759, votaram 102 religiosas. De 1697 a 1818 houve 198 profissões no Mosteiro, originárias dos seguintes concelhos: Bragança, 65; Chaves 34; Vinhais, Mirandela e Porto, 11 cada; Miranda, 10; Macedo de Cavaleiros, 9; Vila Real, 8; Moncorvo, Alfândega e Mogadouro, 6 cada; Vimioso, 4; Vila Flor e Braga, 3; Viseu, Pinhel e Carrazeda, 1. O que exprime bem a sua configuração e acção regional.
O Mosteiro atravessa o seu período de apogeu no terceiro quartel do século XVIII. É neste período, de 1760 a 1763, que o Mosteiro sofre notável embelezamento ao nível da Igreja. Também nesta época, devido à visitação e particular inspecção do Bispo D. Fr. Aleixo de Miranda Henriques ao Mosteiro (1759) e aos especiais provimentos deixados à comunidade, este pôde entrar num caminho e ambiente de maior rigorismo.
Memórias Paroquiais de 1758
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