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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Algoso, Miranda, Urros, Mós, Freixo, Ledra, Lampaças e Vinhais tomadas pelo rei de Leão. — Espírito belicoso de Freixo de Espada à Cinta - Reinado de D. Afonso II

D. Sancho I legou a suas filhas, em testamento, algumas terras e castelos; porém, seu filho D. Afonso II, que lhe sucedeu no reino, não esteve por tal determinação, e pretendendo esbulhar suas irmãs das terras assim doadas, invadiu-lhas. Imploram estas o auxílio do rei de Leão, que subitamente tala a fronteira norte e oriente de Portugal, assenhoreando-se dos seus castelos, desde o de Contrasta, que foi destruído, até ao de Alva, sobre o Douro, e por isso o de Melgaço, Lanhoselo, Ulgoso (Algoso), Balsemão, Freixo, Urros, Mós e Sicoto (sic, será Picote?) caíram-lhe nas mãos e tiveram de aceitar a suserania, alcaide e guarnição leonesa, bem como os distritos de Barroso, Vinhais, Montenegro, Chaves, Ledra, Lampaças, Aguiar, Panóias e Miranda.
Estas guerras, que duraram quase dois anos, terminaram por um tratado de paz celebrado em 1213, segundo o qual Afonso IX de Leão restituiu a Portugal os castelos tomados.
Mas esta paz pouco sossego deveu trazer ao nosso distrito, porque desde 1220 a 1223, Martim Sanches, bastardo de D. Sancho I, que, igualmente espoliado pelo meio irmão, se acolhera à protecção de Afonso IX de Leão e lhe dera a suprema autoridade militar na fronteira de Galiza ao norte de Portugal, pretextando pequenas ofensas dos povos confinantes portugueses, invadiu o nosso território ao mesmo tempo que el-rei de Leão devastava a província de Trás-os-Montes, tomando Chaves, que só veio a entregar em 1231, reinando D. Sancho II.
Herculano, na nota 25 ao vol. I, pág. 506, alude a um documento relativo ao ano de 1236, publicado por Brandão, do qual se deduz que um infante chamado D. Afonso se apossara de Alva nos anos atrás, que já a havia perdido, e que D. Sancho II, louvando o acto de lealdade que praticaram os de Freixo de Espada à Cinta, lhes deu Alva por aldeia do seu termo, sendo expulsos os que nela moravam quando o infante a tomou.
Não é bem sabido, continua Herculano, quem seja este infante que se apossou de Alva, de acordo com os seus habitantes. Brandão supôs que seria um filho de Fernando III, depois Afonso X; porém, Herculano não concorda, pois, segundo ele, pelo meado de 1236 o infante de Castela pouco mais tinha de 14 anos, e além disso, tal acto praticado pelo herdeiro da coroa indicaria guerra entre Portugal e Castela, de que não há vestígios alguns depois da concórdia do Sabugal.
Assim, resta a hipótese de que fosse o infante leonês Afonso de Molina, irmão de Fernando III.
Neste pressuposto escreve, pois, Herculano, que o desleixo administrativo de D. Sancho II deu aso a que D. Afonso, infante de Molina, irmão de D. Fernando III, rei de Leão, tomasse o castelo de Alva, de acordo com seus habitantes; mas foi repelido, ao que parece, pelo concelho de Freixo de Espada à Cinta, de cujo espírito belicoso nos restam claros indícios.
Em castigo, Alva perdeu os seus foros de município e foi reduzida a aldeia do de Freixo de Espada à Cinta, ao qual se uniu também o castelo de Urros, que se achava deserto, provavelmente desde que no tempo de D. Afonso II ficara sujeito ao domínio leonês, e cujo território aquele belicoso concelho prometia ocupar e defender.




Memórias Arqueológico-Históricas
do Distrito de Bragança

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