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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O QUE ESTÁ NA MODA: VINHO BRANCO OU TINTO?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Havia, na Rua de Santa Catarina, no Porto, importante armazém, que primava pela elegância e bom gosto.
A cafetaria era frequentada pelas senhoras da alta sociedade portuense, que ao fim da tarde, tomavam chá com torradas… Só que o bule de porcelana, continha vinho branco, em lugar do Ceilão, servido em finas e delicadas chávenas.
O estratagema servia, maravilhosamente, para quem deambulasse pela loja, não descobrisse que as tais senhoras, da “ boa” sociedade, bebiam vinho…
Ora, durante o almoço de beirões, que participei, um deles, contou o seguinte:
A mulher possuía quinta no Douro. A vinha era quase toda de uva preta, que vendia a cooperativa vinícola.
Após a Revolução de Abril, a direção da Cooperativa – como sucedeu a muitos, – foi tomada por revolucionários “ inteligentes”, que convocaram reunião extraordinária. Entre várias recomendações, aconselharam os sócios, arrancarem as cepas, que produziam uva preta, por branca.
Asseveravam, que: após Abril de 1974, os portugueses, mais evoluídos e enriquecidos, deixariam de beber o “ carrascão”, nas tabernas, e passariam a imitar os empresários e as “ madames”, e beberiam vinho branco, de preferência de boa qualidade.
Muitos agricultores, ingénuos, acreditaram, e começaram a tarefa de substituir as cepas.
Quem me contou, não o fez, segundo declarou, e fez bem, já que, presentemente, o tinto é mais preferido.
Até as senhoras, que outrora bebiam vinho branco, em chávenas, passaram a usar copos, que são enchidos com vinho tinto do Dão ou de óptimas cepas da Mealhada.
Dizem-me, agora, que se torna elegante, em São Paulo, oferecer vinho branco.
A ser verdade, creio que o é, se não for habilidade de vinícolas – para escoarem abundância de vinho branco, – a moda, pode ser semelhante, à que escutei, anos atrás, num almoço de amigos beirões, na cidade do Porto.
O gosto e a elegância, depende da moda, e a moda da publicidade, e dos interesses de minorias, que, dissimuladamente, influenciam a coletividade, de forma tão subtil, que, gostos e modos de pensar, se alteram, não porque queremos, mas porque eles querem.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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