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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Dizeres e Ditos na carta Gastronómica de Bragança

Justina Fernandes
Sr.ª Dona Justina Fernandes, 94 anos, vive em França.
Vivia-se como calhava. Agora as pessoas não têm falta de nada. Trabalha-se pouco. Comia-se pão centeio todos os dias, o pão trigo era para a festa. Cozi pão pela primeira vez aos 13 anos.
Peneirava desde os 11 anos, os farelos saltavam-me aos olhos, iam para os porcos.
Se uma pessoa estava doente matava-se um franguinho, fazia-se uma canja. Cozinhava para os engenheiros das Minas do Portelo. Assava cabritos, fritava polvo depois de o cozer, fazia bolinhos de bacalhau, pato assado no forno.
A Espanha ia buscar chinelos, um senhor espanhol trazia-lhe o pimento (colorau) porque era melhor que o nosso.
Criou perus nas bordas do rio, dava-lhe couves e urtigas cozidas com farelos. Fazia o fumeiro, conservava os salpicões e as chouriças em congalhos, na adega. Nos anos de muito gelo a carne ficava melhor.
Fritava as trutas na sertã em azeite, temperadas com um bocadinho de sal e louro (punha louro em tudo).
As pessoas ricas comiam mais, mas o modo de fazer o comer era igual aos dos pobres.
Nos casamentos matava-se uma vitela, fazia-se grande variedade de comeres sempre de carnes.


Julieta Barros
Sr.ª Dona Julieta Barros, 77 anos, vive em Bragança. A manteiga vinha de Travanca em bicas.
Comia mais trigo que centeio. Coziam no forno duas arrobas pão, de cada vez. A doceira tinha a alcunha de Rata. Guardava-se a comida na mosqueira.
Aprendeu e gosta de confeccionar compotas, marmeladas, geleias e bolos. As compotas são base de refrescos. Também cozinhava empadas de sardinha. A marmelada fazia-se num tacho de cobre.
Na sua casa comiam arroz de bacalhau, congro temperado com alho e azeite, açorda de bacalhau, carapaus, capatão, pescada pequena, polvo curado, sável de escabeche, enguias e trutas da mesma forma. As rabas têm de ser boas, descascam-se, cortam-se às fatias e acompanham bacalhau. As azedas, beldroegas e merugens são boas para saladas, as beringelas coziam-se levemente, depois faziam-se filetes. Comia-se caldo verde durante todo o ano. Repolgas estufadas sozinhas, ou acompanhadas com batatas cozidas.
Foi funcionária dos Correios.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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