Letícia de Jesus Rocha |
Os salpicões penduravam-nos num quarto escuro. As carnes consumidas eram as de cordeiro e vitela compradas no talho.
O porco cevava-se em casa. No dia de festa assava-se carne no forno de cozer pão. No dia a dia tanto comia centeio como trigo. A aveia dava-se aos animais. Apanhavam peixes do rio e consideravam-nos um petisco. A caça era coelhos, lebres, e perdizes. Também tinham pombos caseiros. Principiou a cozer pão aos treze anos. Cozinhava pastelões de batata, empadas de carne e refogava coelhos.
Na noite de Consoada comiam filhós e leite-creme.
Nas tabernas não se comiam petiscos, bebia-se vinho.
Leonor Amélia Alves |
Comiam castanhas cruas, mas diziam se comêssemos castanhas cruas nasciam-nos piolhos.
O que mais gostava de cozinhar era bacalhau.
No dia a dia as refeições compunham-se de batatinhas cozidas, toucinho, pita e ovos. As pitas só as velhas por causa dos ovos.
Aos meninos de colo davam-se caldinhos do fundo. Na matança, de manhã salada de
bacalhau, depois ao almoço carneiro, fígado de porco e um bocado da barbada. Para o sangue não coalhar deitavam-lhe uma pitada de sal e batiam-no muito. Criava patos e perus. Vendíamos os perus, o dinheiro dava para comprar outras coisas.
Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança
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