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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Letícia de Jesus Rocha
Sr.ª Dona Letícia de Jesus Rocha77 anos, vive em Bragança. É natural de Coelhoso. Nunca viveu mal. De manhã costumava comer sopas de pão com um ovo batido, torradas com manteiga, mas gostava das barradas com unto. 
Os salpicões penduravam-nos num quarto escuro. As carnes consumidas eram as de cordeiro e vitela compradas no talho.
O porco cevava-se em casa. No dia de festa assava-se carne no forno de cozer pão. No dia a dia tanto comia centeio como trigo. A aveia dava-se aos animais. Apanhavam peixes do rio e consideravam-nos um petisco. A caça era coelhos, lebres, e perdizes. Também tinham pombos caseiros. Principiou a cozer pão aos treze anos. Cozinhava pastelões de batata, empadas de carne e refogava coelhos.
Na noite de Consoada comiam filhós e leite-creme.
Nas tabernas não se comiam petiscos, bebia-se vinho.


Leonor Amélia Alves
Sr.ª Dona Leonor Amélia Alves, 94 anos, vive em Baçal. Comíamos mal e éramos de uma casa remediada.
Comiam castanhas cruas, mas diziam se comêssemos castanhas cruas nasciam-nos piolhos.
O que mais gostava de cozinhar era bacalhau.
No dia a dia as refeições compunham-se de batatinhas cozidas, toucinho, pita e ovos. As pitas só as velhas por causa dos ovos.
Aos meninos de colo davam-se caldinhos do fundo. Na matança, de manhã salada de
bacalhau, depois ao almoço carneiro, fígado de porco e um bocado da barbada. Para o sangue não coalhar deitavam-lhe uma pitada de sal e batiam-no muito. Criava patos e perus. Vendíamos os perus, o dinheiro dava para comprar outras coisas.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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