Até dia 27 de maio, está a decorrer em Macedo de Cavaleiros o Festival de Teatro Boa Vizinhança.
Elsa Escobar, vereadora da cultura do município, explica em que consiste e qual o objetivo:
“A ideia era começar no dia 27 de março, Dia Mundial do Teatro e terminar a 27 de maio, que é o Dia Europeu dos Vizinhos. Durante este período, de março a maio, temos algumas peças de teatro só com companhia de Trás-os-Montes, o que em anos vindouros poderá ser alargado a outros vizinhos.
O objetivo é divulgar o teatro, sobretudo de companhias mais próximas de nós, e é uma forma de educar a população para este tipo de arte, mostrando que as companhias mais próximas de nós também fazem um bom trabalho.”
O festival começou no passado dia 23 com a peça “O Estranho Caso” da Associação Juvenil dos Artistas Macedenses e na passada sexta-feira foi a vez da companhia de teatro Filandorra apresentar “À manhã de José Luís Peixoto”.
Um enredo que relata o quotidiano de uma aldeia típica do interior, pondo em evidência questões como o envelhecimento da população e a desertificação. No decorrer desta história, que não deixa de fora a comédia, os cinco personagens vão trazendo à tona os seus desejos e medos.
Para David Carvalho, diretor artístico da Filandorra e encenador da peça, esta é uma história com que os mais velhos se identificam, mas que tem também um significado para os mais novos, explica:
“Os heróis desta história não têm cabelos loiros, botox na cara e nem sequer dão beijinhos como nas novelas da televisão. Estes personagens retratam os nossos pais e avós, conforme o escalão em que estamos, que vivem sozinhos, nas memórias, e embora estejam em liberdade, vivem presos no horizonte de uma velhice. Neste texto, maravilhosamente construído, o cérebro é analisado e dissecado de forma a conseguimos entrar dentro dele.
Esta história deixa um recado aos mais novos de que os nossos avós são seres que não perderam a sexualidade nem a memória, a não ser quando ficam dementes, como também retratamos na peça. Este enredo mostra ainda muito daquilo que era o tempo do machismo, a memória do pai e da filha encerrada e a beleza do natural.
Tivemos esta noite uma plateia fantástica. “
Uma peça que faz parte do projeto O Teatro e As Serras, um dos contemplados com o primeiro Orçamento Participativo de Portugal, em que a companhia vilarealense se compromete a levar esta arte às localidades próximas da Serra de Bornes, Montesinho, Gerês, Alvão e Marão.
Com este enredo, o grupo tem percorrido várias zonas do país, inclusive Ponte de Sor, que é a terra do autor, José Luís Peixoto, mas a estreia aconteceu em Alfândega da Fé, concelho onde buscaram inspiração:
“Há uns anos, esta peça foi estreada em Alfândega da Fé.
Foi um trabalho de pesquisa em que os atores se envolveram, morando e habitando as aldeias no seu estado puro e de isolamento, que estão espelhados nesta peça através de, por exemplo, o silêncio e dos passarinhos.
O espetáculo correu tão bem que ao longo dos anos tem feito uma carreira notável e assenta bem neste festival da Boa Vizinhança.
Também é um novo princípio de um protocolo que preparamos com a câmara de Macedo, que nos liga historicamente há uns anos.”
O próximo espetáculo de teatro do Festival Boa Vizinhança será no dia 27 de Abril, com “Pas de Deux”, da companhia de Teatro Experimental do Nordeste.
Escrito por ONDA LIVRE
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