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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Festival Boa Vizinhança traz companhias de teatro da região a Macedo até 27 de maio

Até dia 27 de maio, está a decorrer em Macedo de Cavaleiros o Festival de Teatro Boa Vizinhança.

Elsa Escobar, vereadora da cultura do município, explica em que consiste e qual o objetivo:

“A ideia era começar no dia 27 de março, Dia Mundial do Teatro e terminar a 27 de maio, que é o Dia Europeu dos Vizinhos. Durante este período, de março a maio, temos algumas peças de teatro só com companhia de Trás-os-Montes, o que em anos vindouros poderá ser alargado a outros vizinhos.

O objetivo é divulgar o teatro, sobretudo de companhias mais próximas de nós, e é uma forma de educar a população para este tipo de arte, mostrando que as companhias mais próximas de nós também fazem um bom trabalho.”

O festival começou no passado dia 23 com a peça “O Estranho Caso” da Associação Juvenil dos Artistas Macedenses e na passada sexta-feira foi a vez da companhia de teatro Filandorra apresentar “À manhã de José Luís Peixoto”.

Um enredo que relata o quotidiano de uma aldeia típica do interior, pondo em evidência questões como o envelhecimento da população e a desertificação. No decorrer desta história, que não deixa de fora a comédia, os cinco personagens vão trazendo à tona os seus desejos e medos.

Para David Carvalho, diretor artístico da Filandorra e encenador da peça, esta é uma história com que os mais velhos se identificam, mas que tem também um significado para os mais novos, explica:

“Os heróis desta história não têm cabelos loiros, botox na cara e nem sequer dão beijinhos como nas novelas da televisão. Estes personagens retratam os nossos pais e avós, conforme o escalão em que estamos, que vivem sozinhos, nas memórias, e embora estejam em liberdade, vivem presos no horizonte de uma velhice. Neste texto, maravilhosamente construído, o cérebro é analisado e dissecado de forma a conseguimos entrar dentro dele.

Esta história deixa um recado aos mais novos de que os nossos avós são seres que não perderam a sexualidade nem a memória, a não ser quando ficam dementes, como também retratamos na peça. Este enredo mostra ainda muito daquilo que era o tempo do machismo, a memória do pai e da filha encerrada e a beleza do natural.

Tivemos esta noite uma plateia fantástica. “

Uma peça que faz parte do projeto O Teatro e As Serras, um dos contemplados com o primeiro Orçamento Participativo de Portugal, em que a companhia vilarealense se compromete a levar esta arte às localidades próximas da Serra de Bornes, Montesinho, Gerês, Alvão e Marão.

Com este enredo, o grupo tem percorrido várias zonas do país, inclusive Ponte de Sor, que é a terra do autor, José Luís Peixoto, mas a estreia aconteceu em Alfândega da Fé, concelho onde buscaram inspiração:

“Há uns anos, esta peça foi estreada em Alfândega da Fé.

Foi um trabalho de pesquisa em que os atores se envolveram, morando e habitando as aldeias no seu estado puro e de isolamento, que estão espelhados nesta peça através de, por exemplo, o silêncio e dos passarinhos.

O espetáculo correu tão bem que ao longo dos anos tem feito uma carreira notável e assenta bem neste festival da Boa Vizinhança.

Também é um novo princípio de um protocolo que preparamos com a câmara de Macedo, que nos liga historicamente há uns anos.”

O próximo espetáculo de teatro do Festival Boa Vizinhança será no dia 27 de Abril, com “Pas de Deux”, da companhia de Teatro Experimental do Nordeste.


Escrito por ONDA LIVRE

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