Detetor de Metais |
O sujeito ficou visivelmente atrapalhado talvez devido a ter sido surpreendido daquela maneira. Não parei, mas achei o episódio um bocado bizarro.
Como é já do conhecimento de alguns de vós, o nosso país está a ser tomado de assalto por empresas de mineração australianas que por enquanto andam a fazer prospecção de minérios valiosos. Trocado por miúdos, andam por aí pessoas por todos os terrenos onde lhes apetece com aparelhos para detectar e catalogar jazidas de metais entre os quais o lítio. Dizem eles que não andam a explorar nada, só andam a catalogar existências.
Ora meus amigos, isto pode ser muito grave para toda uma região. O melhor é não deixar que ninguém invada desde já as nossas propriedades que nos foram deixadas vibrantes e saudáveis pelos nossos antepassados. Se essas grandes empresas descobrirem algo que lhes interesse no subsolo Transmontano, o bem-estar dos Transmontanos vai ser das últimas coisas a ter em consideração, juntamente com a saúde do meio ambiente.
Alguns dizem que o lítio é o futuro, e que a indústria de carros eléctricos e telemóveis precisa muito deste lítio. Mas não se deixem enganar, isto são palavras ocas de propaganda do capitalismo desenfreado! Há inúmeras possibilidades de fazer essas tais baterias, inclusive com reciclagem das antigas, sem rasgarmos de forma violenta a nossa Terra que é a nossa mãe.
Informem-se. Façam-se sessões de esclarecimento nas Juntas de Freguesia para todos, promovam o diálogo com outras zonas do país como por exemplo na Zona Centro em Carregal do Sal já estão a fazer. Na Zona Centro, incrivelmente quem neste momento está a lutar mais pelo bem-estar de todos no geral, pasmem, são os estrangeiros que vivem lá.
Pois, se calhar estes já conhecem as manhas e modus operandi do capitalismo melhor que a maior parte dos locais. Peçam ajuda. Não se envergonhem. Façam barulho. Não permitam um assalto destes à nossa terra querida.
Se um dia pouco houver a fazer perante estes gigantes, e tivermos mesmo de permitir que sejam abertas minas a dilacerar a nossa Natureza, ao menos que haja a coragem de lhes impor condições como a criação de um fundo para o desenvolvimento local. Que em cada grama de metais que Trás-os-Montes vender ao progresso do mundo, haja uma percentagem financeira destinada à modernização Transmontana, ao apoio da natalidade, ao desenvolvimento das zonas mais rurais, a incentivos a quem se queira ficar aqui. Senão estamos condenados à pobreza generalizada, e a uma morte lenta asfixiados a troco de cascas de alho.
Caso alguém veja pessoas com esse aparelho na mão, chame imediatamente as autoridades, e caso seja nos seus terrenos uns zagalotes no bucho podem servir de aviso sério.
João Dias
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