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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 30 de abril de 2019

DAS ERVINHAS DA CALÇADA

O Jornal Nordeste, na sua última edição, dá notícia de um projeto ibérico sobre o aproveitamento do lixo orgânico para integração em blocos de construção, filtros de substâncias poluentes, entre outros. Um dos parceiros, desta interessantíssima iniciativa, é a empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste herdeira do projeto de recolha e valorização de resíduos urbanos, iniciado na Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana de que fui dirigente operacional, entre 1993 e 1997. Foi um caminho longo que remonta à fundação da AMTQT, em 1982 mas que, há vinte e cinco anos, resolveu dar um salto qualitativo ao deliberar iniciar o processo de encerramento das quatro lixeiras a céu aberto e construir o Aterro Sanitário hoje gerido e mantido pela referida Resíduos do Nordeste. 
Aquilo que na altura parecia quase uma veleidade de difícil concretização (em crónicas vindouras irei abordar o tema desvendando algumas curiosidades e pormenores dos bastidores) é hoje a base sólida de outras veleidades como a maior valorização dos resíduos que chegam diariamente ao aterro. Longo e rico esse caminho, que foi evoluindo nas realizações e, felizmente, nas ambições crescentes fruto da liderança competente mas, igualmente e por isso mesmo, do desenvolvimento do conhecimento e dos avanços tecnológicos e científicos, nesta área. 
O que era na altura uma ambição de realização difícil e duvidosa, é hoje um dado adquirido e quase banal. Por outro lado, pormenores e situações banais na altura, conquistaram, para os dias de hoje, relevância e importância crescente. Mudaram, com o tempo, não só as mentalidades (é bom não esquecer a dificuldade com que se fez e conseguiu fazer aceitar a instalação do aterro), mas igualmente os conceitos e a forma como são vistos e aceites (ou não!).

Ainda há pouco tempo era sinónimo de progresso e urbanidade, sem qualquer censura ou recriminação, a limpeza total das ruas (e até caminhos) de toda a vegetação recorrendo, frequentemente e sem restrições a herbicidas e outros meios de eliminação de ervas e pequenos arbustos. Isso é, definitivamente uma ideia em mutação, não só pela condenação crescente do uso do glifosato e derivados (apesar de continuar a resistir à sua ilegalização), como inclusivamente é questionável a eliminação da vegetação rasteira, mesmo que por meios puramente mecânicos. Para quê e com que objetivo se “limpam” as ruas, caminhos, passeios e valetas da vegetação rasteira e natural? Para além de humanizar a paisagem, servem para manter a biodiversidade e restringem a erosão, com todas as consequências benéficas no controle das crescentes inundações recorrentes nos ambientes urbanos. 
Ao necessário combate contra a asfaltação massiva dos arruamentos urbanos impõe-se a nova luta pelo fim da remoção da vegetação daninha que nasce e cresce, de forma espontânea, por todo o lado com vantagens ecológicos de todo o género. 


José Mário Leite
in:jornalnordeste.com

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