Dom José Cordeiro celebra missa. Foto: Diocese de Bragança-Miranda |
O texto começa por lembrar que na Bíblia “a velhice é encarada como uma bênção”, ao contrário do que acontece na sociedade atual, onde, por vezes, “a velhice se torna objeto de contradição, tida como um incómodo, como uma declinante fase da vida”, por ser associada à doença, à debilidade, à incapacidade e à improdutividade.
Na carta que lhes dedica, D. José Cordeiro assegura aos idosos que conta com cada um “para a construção de uma sociedade mais justa, mais pacífica e mais fraterna” e convida-os a serem “sentinelas do mundo” e a assumirem um papel ativo na Igreja e na sociedade: “A palavra invalidez não pode, de modo nenhum, caracterizar esta fase da vossa vida, simplesmente porque esta palavra não pode caracterizar aqueles que amam”.
O bispo de Bragança-Miranda, que tem encontrado muitos idosos durante a visita pastoral que está a cumprir às instituições sociais da Igreja, diz-se interpelado e solidário com os sofrimentos e apreensões que tem acolhido e a todos assegura afeto e oração.
“Sabei que vos lembro com carinho e apresento ao Senhor, com particular atenção, todos os que viveis em situação de doença e maior fragilidade física, os que experimentais a solidão e a incompreensão, a frieza das distâncias, os efeitos da pobreza, os temores e as incertezas perante o amanhã”, assegura o prelado, realçando que “Cristo é a garantia da juventude da alma” e que “Deus dá-nos a capacidade de regenerar a nossa esperança na fonte do seu amor”.
“Lembro-me de tantos de vós que vivem a cruz da solidão e do sofrimento com um sentido redentor (…). Agradeço-vos, do coração, este testemunho de sabedoria e registo na mente e no coração os momentos felizes em que pude sentir-me enriquecido com a vossa fé e perseverança”, escreve o bispo transmontano.
A terminar a mensagem, o bispo de Bragança-Miranda faz saber aos idosos que “Jesus Cristo e a Igreja continuam a desafiar à vigilância da fidelidade, mesmo se este convite é feito no meio da fragilidade humana”.
“Sede sentinelas deste nosso mundo em peregrinação para a plenitude que só se alcança em Deus; agi nele com aquele poder invencível que nos vem do amor, com aquela misteriosa força que é a oração”, conclui o bispo de Bragança-Miranda.
Na diocese de Bragança-Miranda há 14 Santas Casas da Misericórdia, 50 centros sociais e paroquiais, seis fundações canónicas e a Cáritas Diocesana. O que significa que cerca de 70% das IPSS do distrito de Bragança estão ligadas à Igreja Católica.
D. José Cordeiro iniciou em dezembro uma visita pastoral por todas as IPSS canónicas, visita que se vai prolongar até novembro. O objetivo do prelado é fazer um acompanhamento mais próximo de cada uma delas.
Olímpia Mairos
Rádio Renascença
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