Já estamos no mês do Natal. Este ano o ditado do povo bateu certo: “Chuva em Novembro, Natal em Dezembro”, pois, no mês passado, a chuva deu-lhe bem mas “se o Dezembro for molhado, o Janeiro é geado”. Segundo as previsões este mês vai fazer muito frio, com muitas geadas à mistura, a confirmar outros ditos populares: “quando Dezembro é frio, calor no Estio” ou “em Dezembro não há valente que não bata o dente”.
A nível agrícola continua-se na apanha da azeitona pois “Deus dá a azeitona e o lagareiro o azeite” e “a azeitona e a fortuna, às vezes muita e outras nenhuma”.
Em algumas aldeias já se ouviu o roncar dos porcos, porque começaram as matanças. Por ser feriado e para reunir a família, muitas pessoas marcaram para a matança os dias 1 ou 8 de Dezembro.
Com o cair da folha perdemos mais dois membros da nossa família, o tio João Miguel, de Valdrez (Macedo de Cavaleiros) e a mãe da tia Lurdes Modinhas, de Paradinha de Outeiro (Bragança).
Os sentimentos às famílias enlutadas e paz às suas almas.
Os últimos dias do mês de Novembro foram de muitas festas, pois bastantes membros muito activos da família fizeram anos e receberam muitos miminhos de toda a gente. No dia 26 esteve de parabéns o camionista Zé do Pipo, de Parada (Bragança), que fez 48 e nos liga de vários pontos da Europa; no dia 27, foi a avó Laurinda que festejou os seus 92 anos e, mais uma vez, a tia Arminda das Quintas da Seara (Bragança) organizou um almoço surpresa para a nossa avó; dia 28, o casal Tibério Delgado e Natália Fernandes, de Genísio (Miranda do Douro), comemoraram as suas Bodas de Diamante matrimoniais (60 anos); Francisco Morais e Celeste Gomes, de Chaves, festejaram 61 anos de matrimónio e também no mesmo dia, Ana Marcos e Brilhantino Bernardes, de Saldanha (Mogadouro), comemoraram 66 anos de enlace matrimonial. No dia 29, a tia Otília Farruquinha, de Coelhoso (Bragança), festejou os 80 anos de vida, na casa do povo da aldeia, com a presença dos seus 14 filhos, 33 netos, 14 bisnetos, 6 irmãos, cunhados e sobrinhos. No dia 30, foi o nosso ministro dos parabéns, o meu mais-que-tudo, João André, que festejou a sua primeira década de vida. Nos últimos dias também estiveram de parabéns o Nicolau Jardino (17), de Bragança, neto da tia Arminda; Deolinda Rodrigues (60), de Coelhoso (Bragança); Ana Marta (44), de Vila Nova de Monforte (Chaves); António Fernandes (67), de Sacoias (Bragança) e Fátima Braga (29), de Agrochão (Vinhais). A todos muitos parabéns e saúde, que o resto vem por acréscimo.
Olari-ló-lé-la, agora vamos conhecer melhor o tio Manuel Moura, de Borbela (Vila Real), o homem que mais quilómetros faz para conhecer as caras das vozes que ouve na rádio.
Já há muitos anos que temos o prazer de conhecer o tio Manuel Moura, nascido em Relva, em 1948, freguesia de Borbela (Vila Real), na encosta da Serra do Alvão. Aos 13 anos foi para Lisboa, onde viveu até à idade de assentar praça, em Vila Real, no ano de 1969, indo cumprir o serviço militar para Lagos (Algarve), durante 28 meses e 16 dias.
Nunca se casou e viveu com a sua mãe. “Quando a minha mãe mais falta me fazia, os meus irmãos levaram-na para a França, a cuidar dos netos e eu então tive de abandonar a capoeira e os coelhos e fui novamente para Lisboa a trabalhar para o Hotel Embaixador”. Depois disso, dedicou-se à construção civil, trabalhando na Suíça onde, em 1990, começou a ouvir e se fez membro da Família do Tio João e começou as visitas a outros membros da família que também participavam no programa. Depois dessa altura aproveitou algumas “contratas” de trabalho e foi para a ilha da Córsega (França), para Bruxelas (Bélgica), para Berlim, Dusseldorf e Colónia (todas na Alemanha), para as Astúrias, Cantábria e Costa Brava (todas em Espanha).
O tio Manuel Moura tem uma carrinha de 9 lugares, mas anda sempre sozinho. Tem nesta viatura um colchão, caso seja necessário pernoitar, assim como latas de conserva para poder enganar a fome em qualquer lado e a qualquer altura. Já visitou centenas e centenas de tios, andando milhares de quilómetros e por isso diz que “já dava para fazer quase a volta ao mundo”.
Devido ao seu trabalho esteve alguns anos arredado da família. Agora está em Portugal de vez e por isso tem continuado as suas viagens à procura das caras das vozes que ouve na rádio, como aconteceu no passado dia 27, que veio a Bragança, conhecer a avó Laurinda, no dia do seu aniversário. Estando cá, aproveitou para ir ver o tio Luís Modinhas, da Paradinha de Outeiro, o tio Físico, de Outeiro e a Maria da Perna Gorda, de Castelãos.
Tem um modo de chamar às portas muito característico, pois fui eu que o baptizei quando nos telefona para a rádio “Olari-ló-lé-la, é o tio Manuel de Borbela”. Assim identifica-se logo e há pessoas que lhe reconhecem a voz e lhe abrem a porta, mas também nos disse que há outras que não o fazem.
Como o tio Manuel Moura vive sozinho e não tem nenhuma família com ele, nós temos sido a sua verdadeira família. Desejamos que o seja por muitos mais anos e que continue a fazer muitos quilómetros para realizar o seu desejo pessoal de conhecer pessoalmente mais membros da nossa grande família.
Tio João
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