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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

BUTELO E CASULAS: DA MESA DOS REMEDIADOS A ÍCONE DE BRAGANÇA

O prato de butelo com casulas faz parte do roteiro gastronómico de Bragança e até marca a ementa de um festival gastronómico.

O butelo com casulas hoje é um prato muito procurado, com algum refinamento na sua elaboração, no entanto, na Terra Fria, era a alternativa dos remediados que matavam o porco em Dezembro ou Janeiro e conservavam as carnes até ao Carnaval. Era nesta altura que o butelo era consumido.

“Era um produto feito com as partes menos nobres do porco, que não dava para aproveitar para os salpicões ou chouriças”. Seguimos ainda a descrição de Hernâni Dias, presidente da Câmara Municipal de Bragança, que adianta que, “por exemplo, as pessoas aproveitavam os ossinhos do espinhaço, costelas e o rabo do porco. Colocavam na bexiga do porco e ficava no fumeiro durante algum tempo. Habitualmente, era comido no Carnaval com as casulas, a vagem seca ao sol no Verão.”
Festival do Butelo e das Casulas
Hernâni Dias refere ainda o sabor do prato, “relativamente forte. É muito marcante para quem prova pela primeira vez o butelo. Como é acompanhado com as casulas, que no interior têm algum feijão, torna-se num prato forte, cria alguma robustez. No aspeto nota-se que é muito vivo porque o butelo é bastante avermelhado.”
Festival do Butelo e das Casulas
O prato pode ser pedido em vários restaurantes que já ultrapassam o limite da cidade de Bragança e faz parte da dieta alimentar de muitas famílias da região. “Antes era por uma questão de necessidade. Agora, faz parte da mesa de muitas famílias nesta época. Há pessoas e empresas que se dedicam a produzir o butelo durante quase todo o ano. Há uma procura crescente a nível nacional e também na diáspora.”
Festival do Butelo e das Casulas créditos: Andarilho
Quem preferir saborear em casa pode adquirir o butelo porque aumentou significativamente a sua produção e distribuição. Em parte, devido ao efeito de eventos sobre este prato gastronómico. “Ganhou-se uma dinâmica que se alargou a toda a região. Todas as feiras têm agora butelo. Foi um contributo para o desenvolvimento da economia local porque aumentou consideravelmente o número de pessoas que produz o butelo como também a comercialização das casulas, o que não sucedia no passado.”

Uma das oportunidades para consumir o butelo e as casulas é no próximo fim de semana com o evento alusivo ao prato gastronómico que este ano junta o carnaval e os caretos.

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