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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

“ALEGRIA NO ENTRUDO QUE AMANHÃ É DE CINZAS”

Foto: A Voz de Trás-os-Montes
Olá, como estão os leitores da página do Tio João?

Já carregamos mais um Entrudo. Estamos sob o efeito da lua nova e, como diz o nosso povo “não há Entrudo sem lua nova, nem Páscoa sem lua cheia”, e “do Carnaval à Páscoa vão sete semanas”.

“No Entrudo come-se tudo” e agora mais que nunca, vai-se comendo o célebre butelo com casulas, que até tem direito a um festival gastronómico nesta altura em Bragança. Estes dias são ditos ‘gordos’ porque são dias de mesa farta.

A nossa família, no programa de rádio, tem recordado a antiga tradição de algumas localidades da nossa região, de oferecer um galo à professora primária, pelo Carnaval. O tio Rebelo, de Real Covo (Valpaços), disse-nos, a propósito, que no seu tempo “as professoras eram fidalgas! Aqui não queriam o galo! Queriam um cabrito. E lá tínhamos que lho dar. Bote ó jornal, tio João!”. A tia Ana Teiga, de Gralhós (Macedo de Cavaleiros), também nos contou que, no Domingo Gordo, é tradição na sua aldeia rematarem o charolo, composto de roscas, talaças e algum fumeiro.

Depois de a geada ter feito gazeta durante algumas semanas neste Inverno, voltou a atacar mas, durante o dia, o sol tem brilhado. A nível agrícola, anda agora a fazer-se o trabalho sujo: estrumar as terras e preparar as leiras para o renovo. As podas e as limpas continuam, mas agora são as vinhas que mais atenção requerem.

Nos últimos dias festejaram o seu aniversário connosco a tia Amélia Domingues, a ‘mé-mé’ (98), de Baçal (Bragança); Arnaldo Machado (94), de Deimãos (Valpaços); Teresa Aranda (80), de Cal de Bois (Alijó); Cassiano Lopes, o mestre do esfola beiços (75), de Carviçais (Torre de Moncorvo); António Xavier, o homem do buraco (72), de Coelhoso (Bragança); Helena do tio Filinto (69), de Vila Boa (Bragança); Ramiro Pires (65), de Freixedelo (Bragança); Ruben Fidalgo (18), de Paradinha de Outeiro (Bragança), emigrado na Inglaterra; Irene Gonçalves (80), de Samil (Bragança); Brigite Gouveia (50), de S. Martinho de Angueira (Miranda do Douro) e Armindo Xavier (57), Macedo do Mato (Bragança).

Que a vida os brinde até voltarem a festejar o aniversário connosco no próximo ano.

No Domingo passado fomos de excursão ao Santuário de N.ª Sr.ª da Lapa. Mais uma vez cumprimos a tradição de passar pela gruta atrás do altar, a tal passagem que se diz só conseguir fazer quem não tiver pecados mortais. O almoço, o baile e o lanche foram na Quinta de Santo Estêvão (Aguiar da Beira).

O Carnaval de Coelhoso aconteceu na tarde de Domingo Gordo e, como já vem sendo tradição, junta-se a folia do Carnaval do Brasil com o ‘Enterro do Pai Fartura’, numa parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), através da Associação dos Estudantes Brasileiros desta instituição de ensino, que se fazem representar com bailarinas vestidas a rigor e muito samba.

Esta festa de Carnaval conta também com a presença de muitas pessoas das aldeias vizinhas, que não querem deixar de participar ou assistir ao desfile e à marcha para o velório do pai da carne, que depois é estourado e queimado.

Ao final da tarde, no pavilhão multiusos de Coelhoso, teve lugar o baile, com a animação de um Dj. Esta festa já faz parte do Carnaval da região, sem a presença de caretos.

Na aldeia de Fradizela (Mirandela) realizou-se no Domingo, pela primeira vez, um almoço convívio e uma missa campal, seguida de procissão com o transporte de um andor no frontal de um tractor agrícola.

A tradição era benzerem-se os animais, mas como já quase não os há, são agora os tractores e as máquinas agrícolas a serem benzidas, para proteger os tractoristas dos acidentes.
Tio João

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