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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Covid-19: as desigualdades na educação podem ser aumentadas com o ensino básico e secundário não presencial, alertam cientistas da UC

Com o arranque do terceiro período escolar com aulas à distância devido à pandemia da Covid-19, um grupo de investigadores da Universidade Coimbra chama a atenção para os aspetos que devem ser acautelados para não reforçar as desigualdades na educação.

Com o arranque do terceiro período escolar com aulas à distância devido à pandemia da Covid-19, um grupo de investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade Coimbra (FPCEUC) chama a atenção para os aspetos que devem ser acautelados para não reforçar as desigualdades na educação.

Partindo de uma análise ao roteiro para guiar a resposta educacional à pandemia de Fernando Reimers (Harvard Graduate School of Education) e Andreas Schleicher (OECD Diretorado de Educação) , Ana Maria Seixas, António Gomes Ferreira e Isabel Festas alertam que «é fundamental perceber que a atual situação pode potenciar ainda mais as desigualdades já existentes no ensino básico e secundário. Amplamente reconhecidas na realidade prévia à COVID, as desigualdades em educação podem ver-se muito aumentadas com o atual afastamento físico e social dos alunos da escola. Não apenas pela eventual ausência de acesso a estes meios que pode ser grandemente ultrapassada com medidas como a do Governo Português de incrementar programas através da TV, mas pela desmobilização e pelo abandono previsíveis numa população que, como é sabido, nunca terá o mesmo tipo de apoio familiar dos mais privilegiados».

Neste contexto, sublinham os especialistas da Universidade de Coimbra, «é necessário que se tomem medidas imediatas, de seguimento e apoio particular aos mais vulneráveis, mas, também, que se prevejam planos de ação num futuro a curto prazo, quando for possível o regresso às escolas. Estes planos devem contemplar programas de compensação e de recuperação das aprendizagens perdidas ou pouco conseguidas. Trata-se de um empreendimento que vai exigir um enorme esforço, mas em que vale a pena investir para prevenir uma situação que pode ser catastrófica em termos de acentuação das desigualdades».

A avaliação dos alunos que estão nestas situações, a elaboração dos programas e modalidades de compensação e de atuação, bem como recrutamento dos professores necessários são algumas das medidas defendidas por estes investigadores.

No que respeita ao recurso à educação a distância e às plataformas digitais, plenamente «justificado nesta situação de exceção», Ana Maria Seixas, António Gomes Ferreira e Isabel Festas afirmam que «a relevância que lhes é dada não pode servir para pensar este momento como algo regenerador do futuro. Admitindo que é necessário inovar em educação, é muito importante perceber que qualquer renovação/inovação tem de ser equacionada em função de ambientes ótimos de aprendizagem e de socialização, necessariamente reportados a formas presenciais, as únicas que permitem a partilha, a cooperação entre professores, entre alunos, entre professores e alunos e entre todos os intervenientes do processo educativo».

«Pela sua natureza e missão, a educação escolar no ensino básico e secundário ocorre num espaço coletivo e formativo, em que a criação de comunidades de aprendizagem reais e não virtuais é uma condição para a consecução das suas finalidades. Neste sentido, os meios digitais e a distância, podendo ser usados como recursos, não serão nunca substitutivos da presença em espaço escolar dos membros da comunidade educativa», fundamentam.

Por último, os três investigadores defendem o papel crucial da Universidade «como espaço de criação do conhecimento indispensável à resolução de problemas como este com que nos confrontamos. Por um lado, é o desenvolvimento da investigação em diversas áreas científicas que pode trazer as soluções necessárias à criação de vacinas e ao tratamento de doenças como aquela com que agora somos confrontados. Por outro lado, é o pensamento, tal como é desenvolvido nas áreas das ciências sociais e humanas que pode dar-nos grelhas de leitura sobre o que se passa, bem como apontar os caminhos e as saídas a seguir e a adotar».

O documento “A framework to guide an education response to the COVID-19 Pandemic of 2020”, de Reimers e Schleicher, identifica os aspetos e as áreas que devem ser considerados nos planos destinados a garantir a continuidade da educação e da aprendizagem, neste novo contexto, baseando-se num levantamento de necessidades junto de 98 países (Portugal incluído).

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