Um acidente deixou-o com uma Tetraplegia em 2007, mas o gosto pelo desporto já vem de antes disso, tendo inclusivamente praticado Rugby durante o tempo de faculdade.
Foi um dos impulsionadores para a criação da modalidade em Portugal, tendo em 2009 começado a fazer contactos nesse sentido, o que eu só veio a acontecer quase 10 anos depois, em 2017:
“Pesquisando descobri o Rugby, sabia que ainda não era uma desporto desenvolvido em Portugal, e já em 2009 comecei a fazer alguns contactos para ver se o conseguia criar.
Falei com a federação internacional e já na altura tinha-mos contactos com a federação de Rugby. Já treinávamos no centro de reabilitação, não oficialmente e com material que não era o melhor. Entretanto até arranjamos alguns apoios para as cadeiras, mas ficou tudo em águas de bacalhau.
Em 2017 surgiu a Federação Portuguesa de Desportos para Deficientes, com o projeto que temos agora, que ainda com muito a desenvolver.
Possivelmente fui o primeiro atleta que eles contactaram, até por estar nesta tentativa de criação da modalidade desde a primeira hora.”
Nesse entretanto Luís Vaz chegou a fazer alguns treinos em países como a Hungria, Áustria, República Checa e Colômbia, e praticou, inclusive, outras modalidades.
Neste momento há apenas 12 jogadores de Rugby em cadeira de rodas a integrar a equipa, e o primeiro jogo aconteceu no passado dia 16 de outubro, a contar para a 1ª Taça Ibérica.
O macedense tem esperanças que, a partir de agora, surjam mais atletas interessados em praticar a modalidade:
“Estamos a falar de pessoas que têm pelo menos deficiência nas pernas e em um dos braços.
No Rugby não estamos em perigo, as cadeiras estão “blindadas” para o corpo de contacto, mas as pessoas com maior limitação, pelo que conheço e vou ouvindo, mesmo assim têm algum receio.
Há muitas pessoas nestas situações que não estão viradas para o desporto, também devido a algum falta de promoção da nossa parte. Também é importante que nos centros de reabilitação, logo após a pessoa sofrer a lesão, lhe seja apresentado o deporto, mostrando que a vida desportiva não precisa de acabar ali, e mesmo ao nível da qualidade de vida as melhorias são espantosas.”
A modalidade está agora a dar os primeiros passos em Portugal e fazem falta alguns apoios:
“O apoio aqui é transversal ao desporto adaptado, mas também vemos isso nos não adaptados.
A ideologia desportiva de Espanha é muito melhor e maior, também se praticam mais modalidades, há mais clubes, e é bastante mais comum haver apoio por parte das próprias empresas.
No desporto adaptado, principalmente naqueles que são em cadeira de rodas, enquanto que para jogar futebol e futsal são precisas umas chuteiras, umas sapatilhas, uns calções e uma t-shirt, eu aqui também vou precisar desse tipo de equipamento, mas também de uma cadeira feita à medida de cada jogador. Neste momento temos cadeiras standard em Portugal, o que mais tarde teremos de mudar. Uma cadeira feita em material mediano ronda os três mil euros.”
Semanalmente, Luís Vaz tem de se deslocar para os treinos que acontecem no Porto e no Seixal.
Para já, a equipa já sabe que em dezembro vai fazer um Campo de Treino a nível nacional e no próximo ano há hipótese de participarem em alguns torneiros e competições.
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