O regresso do Festival que une gerações
Com vista à dinamização e divulgação do património material e imaterial de Rio de Onor, uma das 7 Maravilhas de Portugal - Aldeias, a Montes de Festa - Associação retoma, depois de dois anos de paragem forçada pelas restrições da pandemia de covid-19, o Festival D'ONOR, um evento que conta com o apoio e colaboração da população de Rio de Onor, da associação local e de diversas entidades da região transmontana e, também, de Espanha.
A 4.ª Edição do Festival D’ONOR decorrerá de 23 a 24 de julho de 2022 e apostará sobretudo em ser um festival de música de identidade tradicional enquanto experiência, com diversas novidades em relação às edições anteriores. Aos habituais concertos (onde este ano os cabeça de cartaz são SEIVA e OMIRI), à Ronda Cultural e das Adegas e às atividades imersivas na natureza, juntam-se iniciativas como “Músicas no Rio”, um showcase que leva a palco projetos de identidade ou com raízes na música tradicional, um Mercado Tradicional, com artesanato e produtos locais, uma mostra de Jogos Tradicionais, entre outras iniciativas.
Sábado, 23 de julho
O Festival D’ONOR inicia, pela manhã (10h00), com a recriação do mítico Conselho do Povo, onde os festivaleiros serão convidados a ajudar as gentes de Rio de Onor num acessível trabalho comunitário. Um momento que se quer de plena união entre quem visita e quem vive a aldeia. A iniciativa conta com o saudoso “tocar ao conselho”, no campanário da Igreja Matriz e, depois, nas “amoreiras junto à ponte antiga”, a chamada e aplicação de multas com a “vara da justiça”.
Durante a tarde, acontece a Ronda Cultural e das Adegas, um dos momentos altos do evento, composta por momentos musicais, de convívio e lazer. Esta ronda consiste numa visita guiada pela aldeia, onde os habitantes locais serão os protagonistas que acolherão, não só nos espaços comunitários e nas suas adegas particulares, todos os festivaleiros. Como nota histórica, esta atividade surgiu na primeira edição do festival com o intuito de se basear apenas na vertente cultural (procurando explorar e divulgar o património histórico e comunitário da aldeia). Porém, o ambiente festivo e de folia proporcionou, por vontade das gentes da aldeia, a que se abrissem as portas das adegas.
No final da ronda, segue-se a atuação dos Gaiteiros D’ONOR, um grupo informal de música tradicional formado, exclusivamente, por sócios da Montes de Festa.
A noite de concertos inicia às 21h00, no Largo da Portelica, com o já habitual Baile do Gaiteiro, numa recriação dos antigos bailes que se realizavam, naquele mesmo local, ao som da gaita-de-fole, onde todos os visitantes (que levem o seu instrumento) têm a oportunidade de participar e tocar.
Às 21h30, SEIVA sobe a palco, uma das mais originais e internacionais bandas do panorama folk em Portugal, que iniciaram a sua carreira em 2014 com o objetivo de fazer um projeto musical totalmente baseado na música da tradição oral portuguesa.
Depois, OMIRI (21h30) – um dos mais originais projetos de reinvenção da música de raiz portuguesa. O projeto OMIRI é um autêntico desafio para reinventar a tradição musical, onde os verdadeiros intervenientes da cultura tradicional - músicos e paisagens sonoras de todo o país – são o centro da atuação. Não em carne e osso, mas em som e imagem, com recolhas de vídeo manipuladas de modo a servir de base para a composição e improvisação musical.
Segue-se Red House Band (00h30), um projeto brigantino de covers que foi desafiado a, mantendo toda a sua identidade e reportório, adicionar apontamentos do contexto tradicional. A noite termina com a atuação do também brigantino V’Guess (02h00), com um DJ Set diferenciado, misturando sons e ritmos de diferentes géneros musicais, tendo como base o conceito do Festival – músicas de identidade.
Domingo, 24 de julho
Como novidade e para melhor compreender toda a envolvência e a verdadeira riqueza do património natural deste território, os participantes terão a oportunidade de ser acompanhados pelo biólogo Paulo Mafra, que fará a interpretação e explicação dos diferentes elementos presentes ao longo do percurso. Esta iniciativa conta com a colaboração da Associação de Caminheiros Enzonas e será a única do festival com um custo simbólico, para pagamento do seguro obrigatório dos participantes.
Pela tarde, junto à sede da Associação de Rio de Onor, decorrerá uma breve mostra e oficina de Jogos Tradicionais (14h30), com ênfase no “jogo da raiola”, uma atividade que, antigamente, era desenvolvida como “jogo de taberna”, utilizada para passar os tempos livres e “ver quem paga a rodada seguinte”. A iniciativa é desenvolvida pela Associação de Jogos Populares do Distrito de Bragança.
A igreja matriz de Rio de Onor será também palco do Festival, com a atuação do Coral Brigantino (16h30), num concerto intimista, que contará com vários apontamentos diferenciados e enquadrados com a raiz do evento (como a utilização de gaita-de-foles em algumas das peças) e algum repertório tradicional transmontano.
De seguida, uma das grandes novidades desta edição – Músicas no Rio (17h00). Junto à Ponte Antiga de Rio de Onor, ao lado do lavadouro e da forja comunitária, esta iniciativa juntará quatro projetos musicais/intérpretes do distrito de Bragança. Todos eles com o desafio comum de interpretar, de diferentes formas e com a sua identidade própria, música enquadrada no contexto do Festival. Assim, Gil Miranda, Fernando Ferndandes, Lá Crau e Charango reavivam temas do cancioneiro tradicional, não só português, mas também espanhol, e da música que marcou gerações a fio.
Depois, no mesmo local, a apresentação de Rio de Onor: Recolhas Musicais da Tradição Oral (19h15), um trabalho da Sons da Terra, numa iniciativa da Casa da Portela – Turismo Rural, com a colaboração de diversas entidades. Neste projeto, foram recolhidas, em álbum, canções e interpretações da tradição oral de Rio de Onor, na voz da Tia Diolinda do Campo e do Ti Mariano Preto.
O Festival termina com uma Visita ao Passado Comunitário de Rio de Onor (21h30), na sede da Associação de Rio de Onor, num momento surpresa dedicado, sobretudo, aos habitantes da aldeia.
Mais informações...
Durante todo o evento, os visitantes poderão ficar instalados no Parque de Campismo Local ou nas várias unidades hoteleiras rurais de Bragança (20 km) ou Puebla de Sanabria (16 km).
A alimentação será garantida durante todo o festival, onde a gastronomia local promete conquistar todos os festivaleiros, a preços acessíveis, na Casa do Povo de Rio de Onor.
A entrada para o Festival D’ONOR será gratuita e livre.
O Festival D’ONOR é organizado e promovido pela Montes de Festa – Associação, em colaboração com a Associação de Rio de Onor, a Comadre, a Associação de Caminheiros – Enzonas, a Associação de Jogos Populares do Distrito de Bragança, a Associação Coral Brigantino e com o apoio da União das Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, do Município de Bragança, da Fundación Rei Afonso Henriques, da Azimute, do Instituto Politécnico de Bragança e do Ayuntamiento de Puebla de Sanábria.
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