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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
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terça-feira, 12 de julho de 2022

Seca e calor poderão provocar “quebra de produção assinalável” no Douro

 “Já não se considera que a produção atinja o intervalo mínimo das 262 mil pipas de vinho”, antevê a diretora-geral da ADVID.


A seca e as temperaturas muito quentes poderão provocar uma “quebra de produção assinalável” de vinho nesta vindima na Região Demarcada do Douro, adiantou esta segunda-feira a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID).

O ano de 2022 é de incertezas para a mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo – o Douro – devido às condições que se fazem sentir, como a falta de água, que provoca stress hídrico na videira, e o calor intenso. “O que nós verificamos foi que as temperaturas muito elevadas levaram ao desavinho, a secura a uma menor expansão da parede vegetativa (folhas) e a bagos mais pequenos”, explicou Rosa Amador, diretora-geral da ADVID, com sede em Vila Real, perspetivando uma “quebra de produção assinalável” neste território.

O desavinho é um acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto.

A associação divulgou esta segunda a previsão de produção para a vindima de 2022, que se situa num intervalo entre as 262 mil e as 287 mil pipas de vinho. No entanto, a responsável advertiu que, neste momento, “já não se considera que a produção atinja o intervalo mínimo das 262 mil pipas de vinho”.

“É muito difícil fazer a previsão de qual é a quebra”, admitiu Rosa Amador. No ano passado, a produção declarada de vinho no Douro atingiu as 264 mil pipas. A responsável explicou que as previsões da ADVID são baseadas no método de pólen recolhido na fase de floração da videira, entre maio e junho, nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior e, por isso, não têm em consideração os fatores pós-florais, que podem alterar o potencial de colheita.

“Este ano a nascença foi muito boa. O potencial produtivo era muito bom”, apontou. O inverno e a primavera já foram secos, no entanto, entre junho e julho as condições ficaram ainda mais adversas e, segundo a responsável, as previsões indicam que esta será uma semana de “condições de escaldão” (em que o bago fica queimado)”.

Em contrapartida este é um ano sem problemas a nível de doenças e pragas na vinha. Segundo Rosa Amador, 2017 foi um ano com “previsões muito idênticas” a 2022 e em que a produção de vinho foi de 232 mil pipas e a previsão, no intervalo mínimo, era de 255 mil pipas.

“Não sabemos se a quebra este ano não pode ainda ser maior tendo em conta o que ainda falta (até à vindima). A maturação está, agora, a iniciar-se e o bago já está mais pequeno e nalgumas situações, ainda pontuais, mas já estamos a verificar paragens de crescimento, na maturação, por causa da temperatura”, referiu. E acrescentou que, “mesmo nas situações regadas (…) as condições são bastante adversas”

“A videira, com temperaturas elevadas, adapta-se. Adaptou-se com o desavinho, manda cachos fora, adaptou-se com a parede vegetativa mais reduzida e adaptou-se com os bagos mais pequeninos, ela vai-se adaptando. O problema é que a produção vai diminuindo”, apontou. As maiores dificuldades poder-se-ão sentir no Douro Superior e nas zonas mais baixas do Cima Corgo.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), mais de um quarto do território do continente estava no final de junho em seca extrema (28,4%), verificando-se um aumento em particular na região Sul e em alguns locais do interior Norte e Centro.

As previsões de vindima são um dos parâmetros avaliados pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para definir o benefício, ou seja, a quantidade de mosto que cada produtor pode transformar em vinho do Porto. O interprofissional deverá fixar o benefício ainda este mês. Para a vindima de 2021, o benefício foi de 104 mil pipas (550 litros cada).

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