O Dia Internacional da Mulher é celebrado, anualmente, a 8 de março. O dia é assinalado desde o início do século XX, embora com variações na data das celebrações. Em 1975, a ONU começou a celebrar neste dia – 8 de março -, mas só a 16 de dezembro de 1977 é que viria a ser oficialmente reconhecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Este nobre dia, pretende comemorar o esplendor dos direitos que as mulheres conquistaram até ao dia de hoje com sua força motriz e união, relembrando o caminho árduo para alcançarem a igualdade; defender causas como o direito ao voto, a igualdade salarial, a maior representação em cargos de liderança, a proteção em situações de violência física e/ou psicológica ou o acesso à educação continuam sempre atuais porque, em vários pontos do globo, esses direitos continuam por cumprir, é lamentável tal situação na fluidez dos dias… Sejamos claros, estamos perante uma conquista num processo contínuo, que nos deve orgulhar e motivar.
É importante, por isso, continuar a ter em conta os obstáculos existentes para que as mulheres sejam atores de dignidade e lealdade iguais nas tomadas de decisões, e uma maior igualdade de género, sejam realidades visíveis e tangentes no mundo. Eis a transfiguração do mundo , onde subjaz a esperança num futuro de paz e solidariedade.
Assim, destacamos o documento do fundo do Tribunal da Comarca de Vinhais em contraponto com a a análise supra mencionada: “Autos de Petição do ano de 1825, para reunião do concelho de família para lisença de casamento que é Requerente Bernardina Augusta Ferreira”… idade de 20 anos!… “Não pode casar sem previa autorização do conselho de família”. Perante esta realidade, ficamos imóveis no tempo, que nos ultrapassa na nossa contemporaneidade, mas exige de nós a imperiosa reflexão da batalha inequívoca da conquista da liberdade por parte das mulheres. Afinal a igualdade não está na humanidade?!! Não estaremos todos no mesmo barco da vida e da morte?
A todas as mulheres do amanhã, de sempre….
Poema Melancólico a não sei que Mulher
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão…
Miguel Torga, in ‘Diário VII’
Fonte: Arquivo Distrital de Bragança
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