PARQUE DE DIVERSÕES E TERRADOS REGRESSAM ÀS IMEDIAÇÕES DO SANTUÁRIO. UMA DECISÃO DA JUNTA DE FREGUESIA QUE AGORA GERE O ESPAÇO PÚBLICO.
A festa de Mirandela em honra de Nossa Senhora do Amparo, entre 25 de julho e 6 de agosto, vai sofrer uma redução na despesa com os espetáculos musicais, fogo-de-artifício e na iluminação de rua.
É o que avança Sílvio Santos, o Comissário da Comissão Administrativa da Confraria de Nossa Senhora do Amparo, que admite ser um ano de muita contenção fruto do aumento de cerca de 25% dos preços praticados pelos artistas musicais e pelas empresas de pirotecnia, enquanto as receitas da confraria sofreram um corte, nomeadamente o subsídio atribuído pelo Município. Este ano, vai receber menos 9600 euros do que em 2022, passando de 108 mil euros para 98 400 euros, por ano.
Com este cenário, Sílvio Santos admite que houve muita dificuldade em preencher o cartaz para 13 dias de festa. “Não estamos muito otimistas, mas temos de ser sérios e responsáveis e realizar aquilo que nos é possível, da forma mais sustentável possível e não podemos arriscar muito”, assume.
Se em 2022, em toda a componente ligada aos espetáculos musicais a confraria gastou cerca de 102 mil euros, este ano, “o orçamento para esse setor será reduzido para cerca de 80 mil euros”, com o palco do parque do Império a servir quase exclusivamente para os músicos prata da casa, e a zona verde a acolher os restantes espetáculos.
Também no fogo-de-artifício, haverá um corte na despesa. “No principal espetáculo, de sábado para domingo, entendemos não afetar de forma significativa a sua realização, mas vamos ter de cortar em outros momentos, como por exemplo, os breves minutos do encerramento de domingo e pequenos apontamentos no início da novena, nas verbenas e outras situações pontuais, Isso vamos mesmo suprimir”, adianta.
Comparativamente ao orçamento de 2022, Sílvio Santos prevê uma redução na ordem dos 30 mil euros. “O ano passado o orçamento da confraria, para todo o ano, rondou os 250 mil euros e agora deve ter uma redução de cerca de 30 mil euros”, afirma.
TERRADOS E DIVERSÕES VOLTAM A MUDAR DE LOCAL
Outra das novidades deste ano, passa pela mudança do local onde vão ficar instaladas as diversões para os mais novos e os terrados. Deixa de ser na zona verde e regressa às imediações do Santuário de Nossa Senhora do Amparo. Uma decisão, diz Sílvio Santos, da responsabilidade da junta de freguesia de Mirandela que, desde o início do ano, passou a gerir o espaço público e os seus licenciamentos, como resultado do acordo de transferências de competências entre a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia. “Por questões relacionadas com a segurança e a higiene, a junta decidiu que não seria possível manter toda a zona de terrados na estrada do parque Dr. JosÉ Gama, nem as diversões, transitando para a envolvente do santuário”, conta.
Esta alteração levanta, desde logo, uma pergunta óbvia: a zona envolvente do santuário, recentemente requalificada, não irá sofrer danos irreparáveis para o futuro? Sílvio Santos responde. “O receio existe e preocupa-nos imenso. Apesar de a zona antigamente gradeada ser propriedade da confraria, cerca de seis mil metros quadrados, mas reconhecemos o investimento e o esforço que o Município fez nos últimos anos para manter aquele espaço como uma zona nobre e preocupa-nos, mas temos tido reuniões tripartidas e os técnicos da autarquia estão já a preparar a forma de minimizar ou mitigar os danos que eventualmente o espaço possa vir a sofrer”, acrescenta.
A dois meses do início da festa de Mirandela em honra de Nossa Senhora do Amparo, Sílvio Santos admite que o programa deste ano será apenas o possível e não o que a equipa que lidera gostaria de apresentar.
Recorde-se que esta Comissão Administrativa da Confraria de Nossa Senhora do Amparo está em funções desde janeiro de 2022 após um decreto assinado pelo Bispo de Bragança-Miranda, ainda antes da saída de Dom José Cordeiro para exercer o cargo de Arcebispo de Braga.
Só em janeiro deste ano ficou a saber-se que não podiam ser convocadas eleições enquanto não for nomeado um novo Bispo da Diocesse de Bragança-Miranda, pelo que a atual comissão, apesar de demonstrar intenção de terminar o seu mandato, foi praticamente “obrigada” a continuar.
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